Folha de S.Paulo
BRASÍLIA - A presidente eleita, Dilma Rousseff, concluiu ontem a formação de sua equipe, ao anunciar o deputado eleito Afonso Florence (PT-BA) para o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a deputada Iriny Lopes (PT-ES) para a Secretaria das Mulheres.
A fotografia da nova equipe traz nove mulheres no comando de pastas e um expressivo domínio petista.
O partido ficou com 17 das 37 cadeiras do primeiro escalão. Em verbas de Orçamento livres, o PT ficou com R$ 56 bilhões, em valores de 2010 --35% a mais do que hoje.
O PMDB ficou com seis ministérios e menos poder do que no governo Lula. Perdeu pastas importantes como Saúde, Integração Nacional e Comunicações. Os demais partidos da base receberam o equivalente ao que têm hoje. Um terço do novo Executivo já trabalha no atual governo.
Não há estrelas na nova equipe, apesar do esforço da eleita em convidar celebridades. Tentou o empresário Jorge Gerdau para o Desenvolvimento, e um sanitarista de renome para a Saúde.
Dilma não atingiu o objetivo de completar a Esplanada com um terço dos postos ocupados por mulheres, mas superou Lula. Nos dois mandatos, Lula teve, ao todo, dez mulheres no comando de pastas, mas nunca contou com mais de quatro ministras nas formações originais dos mandatos.
As costuras finais acabaram dando mais trabalho do que a eleita imaginava. As diversas tendências do PT pressionaram a eleita.
Outro problema foi a dificuldade em agradar ao PSB. O plano original era dar Integração Nacional e Portos, mas Dilma quis chamar Ciro Gomes para uma pasta. O convite desagradou aos caciques pessebistas. Ao final, a bancada do PSB na Câmara ficou sem representação.
Dilma planejava uma equipe com a marca da eficiência e da meritocracia. Mas precisou admitir ministros que não dominam as áreas sob sua administração.
Fonte: Agora