quarta-feira, outubro 27, 2010

Dilma tenta reverter tendência pró-Serra em Vitória da Conquista

Juscelino Souza | Agência A TARDE


Vitória da Conquista (Ba) - Um discurso rápido, com 20 minutos de duração, intercalado com afagos ao eleitorado local e ataques leves ao adversário José Serra (PSDB), marcou a passagem de Dilma Rousseff (PT) em Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador.

Dilma subiu ao palanque armado na Praça barão do Rio Branco exatamente às 20h48, uma hora e 48 minutos depois do anunciado na programação oficial. A chuva fina que começou em seguida não tirou o ânimo da platéia, que chegou a interromper o discurso duas vezes aos gritos de “Dilma, Dilma”.

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Saudando o público, a petista fez jogo de palavras com o nome da cidade, dizendo que estava ali para falar de “vitórias” e “conquistas” e que, em 31 de outubro, o eleitor iria responder “ao ódio, a falsidade e as mentiras com amor”.

“No próximo domingo, diante da urna, vão estar presentes em nossas cabeças todas as conquistas e vitórias dos últimos oito anos do presidente Lula”, salientou. Referindo-se às mulheres, prometeu, se eleita, não errar como governante. “A mulher sabe governar bem, pois já governa sua casa, cria seus filhos, lava roupa, faz comida e cuida da roça”.

Das poucas promessas que fez na cidade, destacou a erradicação da pobreza e aumento no número de empregos formais. “Dizem que acabar a pobreza é impossível, mas fomos nós que tiramos 28 milhões de brasileiros da situação de pobreza extrema e isso é mais que a torcida do Bahia”.

Tucano - A programação da visita foi aberta pelo governador Jaques Wagner e comitiva logo no aeroporto Pedro Otacílio Figueiredo. Cerca de 100 prefeitos, incluindo o tucano Eduardo Vasconcelos, de Brumado (que deve responder a processo interno por quebra de fidelidade partidária), se juntaram ao grupo, também formado por deputados federais e estaduais.

Num rápido encontro com jornalistas, no saguão, Wagner falou sobre o posicionamento do eleitorado conquistense no primeiro turno e enfatizou o esforço do partido em alterar o cenário no próximo domingo. “Vitória da Conquista às vezes reserva surpresas, mas vamos virar o jogo aqui e eleger Dilma”, observou.

A concentração popular tomou as dependências do aeroporto e ruas adjacentes, reunindo mais de 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Por causa da aglomeração, o trânsito ficou engarrafado nas primeiras horas da tarde e foi difícil a locomoção, atrasando a carreata prevista para às 16h30 em mais de duas horas.

A militância “se virou” em carrocerias de caminhões e camionetes, pegou carona em motos e pedalou bicicletas. No vale-tudo pra tentar ver a carreata, lajes, sacadas, muros e telhados serviram como “camarote”, mas nem todos partilhavam a mesma preferência.

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Em determinado trecho da carreata, um grupo de aproximadamente 50 pessoas começou a gritar o nome de Serra. Não houve registro de confrontos durante o trajeto, acompanhado de perto por viaturas da PM e do Sistema Municipal de Trânsito (Simtrans).

Muitos não acreditavam na visita da candidata ao município. É que, uma semana antes, emissoras de rádio e até militantes ecoaram pelas ruas a notícia da suposta aparição de Dilma na maior cidade do Sudoeste.

Desta vez, com a certeza da chegada, a cidade recebeu uma “enxurrada” de panfletos, cartazes e as cenas mais comuns eram de pessoas desfilando com bandeiras nos carros e nas mãos. Tudo para mudar o cenário do primeiro turno, quando Serra obteve 59.420 votos, contra 56.780 de Dilma.


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