domingo, setembro 26, 2010

Inconstitucionalidade, retroatividade, inelegibilidade, credibilidade (falta de), desistência de Roriz, o corruptíssimo

Dezenas de “blogueiros” me escreveram, apenas com objetivo de me contestar. Não me incomodo, nem responderia, não fosse o absurdo do questionamento. E o número inusitado. Pelo jeito, alguns são ou se julgam juristas (ou advogados brilhantes), escrevem com a suficiência, a sapiência e a arrogância dos bem-aventurados.

Responderei com a maior simplicidade, já que na véspera da eleição, o ex-governador, que renunciou para não ser cassado, esperava ser glorificado pelo Supremo. Segundo o próprio Roriz, “ganharei por 11 a 0”, nem sabia que o Supremo está com 10 ministros apenas, o que levou ao empate de 5 a 5. (No máximo, haveria um 6 a 5, de um lado para o outro).

Criticam o fato de eu ter falado muito em CONSTITUCIONALIDADE, “não era nada disso”. Ora, ora, ora, os Ministros falaram o tempo todo em Constituição, nunca se discutiu tanto o ARTIGO 16 e o 14, mas CONSTITUCIONALIDADE não pode?

RETROATIVIDADE também não pode, a não ser para DEFENDER Roriz. Quanta tolice. O projeto 135, popularizado como ficha-limpa, está definido, identificado e glorificado, nesta frase do Ministro Joaquim Barbosa: “O Ficha-Limpa é um grande avanço”. Ninguém contestou, foram pelo lado de fora, não passaram nem perto da fortaleza onde o Ministro montou a sua guarda.

Ora, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), julgando a questão, considerou o ex-governador INELEGÍVEL por 6 a 1. Esse TSE é presidido por 1 ministro do Supremo, e se compõem com mais 2 ministros do STF, e mais 4 de outros tribunais. Esse único, que votou pela ELEGIBILIDADE de Roriz, foi o Ministro Marco Aurélio Mello, excelente “cabeça”, culta e inteligente.

De quinta para sexta, votando no Supremo, Marco Aurélio tranquilamente lembrou que havia perdido de 6 a 1 no TSE, confessou: “Votei vencico, me acostumei a viver juridicamente isolado”. Portanto, em qualquer oportunidade, o VOTO de Marco Aurélio pode ser de INDEPENDÊNCIA ou de CONVICÇÃO.

Acredito que agora, ele sabia muito bem, (de “ciência própria”), que se votasse pela INELEGIBILIDADE de Roriz, ele perderia, o que não interessava a um combatente como ele. Apesar de ter acompanhado a sessão inteira de 8 horas e mais o adendo do “Supremo Rua da Alfândega”, olhou para o relógio, ainda 1 hora da madrugada, telefonou para casa, e disse, “não acabou, temos pelo menos 1 hora para NÃO CHEGAR a nenhum acordo”. Não chegaram.

O Ministro Gilmar Mendes, para votar, “desceu a biblioteca”, como gostava de brincar Barbosa Lima Sobrinho, mas Gilmar Mendes, é lógico, não “descia ou levantava a própria”. Como sua cultura se pressupõe (ou preço põe?) que seja em alemão, o que fazem na madrugada? Nada, com fez no exame do projeto ficha-limpa, que para ele e alguns, representa RETROCESSO?

Credibilidade é palavra que Roriz não sabe proporcionar , se juntou com esta outra, DESISTÊNCIA, formaram uma determinação: “TENHO QUE DESISTIR”.

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PS – Fez isso logo pela manhã, queria colocar a filha no seu lugar. Ela, candidata a deputada distrital com grande votação, RECUSOU.

PS2 – Botou então a mulher, que não tem a menor participação. Mas como não há tempo para retirar o nome dele, convenceu que ela se elege com seus votos.

PS3 – Não vale, isso se os votos foram suficientes para ganhar. Se forem, não será diplomada ou empossada. Ninguém pode se ELEGER COM O NOME DE OUTRO.

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Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa