Lílian Machado
Apesar de o deputado federal ACM Neto (DEM) ter contestado a reportagem da Tribuna da Bahia, publicada na edição de ontem, intitulada “Alianças de ACM Neto prejudicam democratas”, e ter acusado as fontes de “levianas e apócrifas”, integrantes do partido voltaram a ratificar o enfraquecimento da sigla diante das parcerias do parlamentar. Em nota encaminhada ao jornal, o líder democrata fez esclarecimentos a respeito de suas alianças extrapartido, que, segundo o próprio, “são de conhecimento público”. De acordo com ele, a manifestação partiu “de personagens derrotados por antecipação, que apenas querem fazer intriga”.
Na reportagem de ontem, a Tribuna da Bahia mostrou relatos de correligionários - que por receio não quiseram ser identificados - sobre um possível “privilégio” do candidato a dobradinhas com postulantes de outros partidos. Foram citadas as parcerias com a deputada Maria Luíza (PSC), Léo Kret do Brasil (PR), Dona Raquel Ferreira (PSDB) e Bruno Reis (PRP).
Uma das fontes ouvidas voltou a se manifestar ontem sobre o assunto e mais uma vez confirmou que a situação colocada pelo deputado tem enfraquecido a representação estadual. A mesma fonte, que pediu para ser preservada informou que pelo menos três deputados estaduais do DEM que se sentem prejudicados pretendem deixar o partido após as eleições.
FONTE - Por sua vez, em comunicado, o deputado federal ACM Neto questionou a ausência de “coragem” das fontes de aparecerem. “(Meus acordos) não foram feitos na calada da noite, ao contrário das acusações. O que importa é que meus acordos são pautados pela coerência, pela lógica e pelo compromisso com a Bahia na disputa para deputado federal”, completou.
A respeito dos questionamentos do parlamentar sobre as fontes não identificadas, a Tribuna da Bahia informa que apenas seguiu a prática jornalística de preservação às fontes. Segundo os critérios estabelecidos pelo veículo, a preservação da fonte é um direito essencial do jornalista no trato da informação. O sigilo da fonte e a liberdade de informação do jornalista estão garantidos no Artigo 5° da Constituição e no Parágrafo 1° do Artigo 220.
Rui Costa dobra com opositor
Apesar de serem liberadas pela legislação eleitoral, as “dobradinhas inusitadas” têm incomodado integrantes de algumas coligações e causado estranheza ao olhar do eleitorado. Em busca de votos, muitos candidatos não têm respeitado a lógica política.
A nove dias das eleições, um dos casos que chamam a atenção é a parceria do ex-secretário Rui Costa (PT), candidato a deputado federal, e o deputado estadual João Carlos Bacelar (PTN), no município de Nazaré das Farinhas. Costa é um dos nomes concorridos da coligação “Pra Bahia seguir em Frente”, do postulante à reeleição, Jaques Wagner (PT). Já Bacelar é considerado ferrenho opositor ao projeto petista, sendo integrante da campanha de Geddel Vieira Lima ao governo da Bahia.
Em conversa com a Tribuna, o ex-titular da pasta de Relações Institucionais disse que “a parceria não é algo natural”. “Apenas o prefeito que é do partido dele (PTN) o apoia para estadual e apoia a mim para federal”, minimizou.
Em Lauro de Freitas, se destaca a dobradinha do candidato a estadual Salvador de Brito, do PT, e o federal João Almeida, do PSDB. Outro exemplo de troca de votos acontece entre o presidente da Assembleia, deputado Marcelo Nilo (PDT), e seu ex-correligionário, o deputado federal Jutahy Magalhães Jr. (PSDB).
Fonte: Tribuna da Bahia