Fernanda Chagas
Se os prognósticos dos institutos de pesquisas se concretizarem, é possível antecipar que em 17 estados e no Distrito Federal, os eleitores deverão conhecer os nomes dos eleitos já no dia 3 de outubro.
Em apenas quatro estados o segundo turno se configura, até o momento, como certo. Na briga por quem leva a melhor, os partidos que apoiam a presidenciável Dilma Rous- seff (PT) tendem a sair na frente, elegendo pelo menos 14 governadores. Já a oposição a Lula e a Dilma deve ganhar em seis.
A disputa mostra-se indefinida em cinco estados. O desejo de continuidade também é grande. Em 16 estados, o favorito é o governador que tenta a reeleição ou o candidato que tem apoio do governo estadual.
De acordo com os últimos resultados do instituto Ibope, o petista aparece com 52% das intenções de voto. Em seguida aparecem Paulo Souto (DEM) e Geddel Vieira Lima (PMDB) empatados com 15% cada um. Luiz Bassuma (PV) foi lembrado por 3% dos entrevistados. Pesquisa do instituto Vox Populi também mantém o governador na dianteira da corrida eleitoral.
Conforme a consulta estimulada, o candidato à reeleição tem 46% das intenções de voto, contra 18% de Paulo Souto (DEM), 14% de Geddel Vieira Lima (PMDB) e 2% de Luiz Bassuma (PV).
Contudo, o petista mantém o discurso focado na cautela. Segundo ele, apesar de as pesquisas apontarem vitória no primeiro turno, é preciso que a militância continue pedindo voto para ele, Dilma Rous- seff e os candidatos ao Senado, Lídice da Mata e Walter Pinheiro. “Estamos bem nas pesquisas, mas precisamos confirmar isso no dia 3 de outubro. Pesquisa que vale é a do voto na urna”, reafirmou.
O atual cenário, que coloca a ex-ministra e sua base eleitoral em situação bastante confortável, de acordo com especialistas políticos, se deve em especial ao carisma do presidente Lula, a alta popularidade de seu governo, o uso maciço desses elementos, mas também à demora da oposição em definir um discurso.
“Primeiro, infelizmente, a oposição pouco se articulou ao longo dos anos e não entendeu que fazer oposição é também ocupar espaço político. Com isso a campanha de José Serra está tendo a sorte anunciada desde o início, de discurso pouco consistente e pouco apelo popular. Ao contrário do presidente Lula, que conseguiu um alinhamento com atitudes altamente populistas”, enfatizou.
Para ele, a “competência eleitoral” do chefe executivo nacional, a boa avaliação de seu governo aliado à “incompetência da oposição” resultam no favorecimento à eleição da candidata Dilma.
“Para a oposição pesa o alto preço da vaidade e da teimosia, pois enquanto você tinha no Serra um sujeito sem carisma que não consegue mobilizar a massa a não ser em São Paulo, você tinha no Aécio um sujeito leve, carismático, sedutor e aglutinador, que poderia ter sido o escolhido pelos tucanos. Vale lembrar também que eles escolheram o vice de última hora, o que também não contribui”, analisou.
Ainda segundo Stalimir, diante da alta popularidade do presidente e de seu governo que aos olhos da população apresentou bom resultado, qualquer candidato colocado por Lula e pelo PT seria bem aceito.
“Não se consegue desmitificar o discurso de que foi uma coincidência mundial que permitiu ao Brasil uma estabilidade econômica e que esse resultado foi uma conquista que se iniciou em outros governos. A população não observa dessa forma”, arrematou.
Eleitor nordestino se mostra decidido
No Nordeste, não apenas o cenário baiano parece estar definido. O Maranhão também pode definir seu futuro governante logo no primeiro turno. A candidata do PMDB, Roseana Sarney, tem 46% das intenções de votos. Na segunda colocação, constam Flávio Dino (PC do B) e Jackson Lago (PDT), empatados com 21% das citações. Considerando-se somente os votos válidos, a candidata do PMDB tem 52%. Dino e Lago também empatam, desta vez com 23% .
No Ceará, o atual governador Cid Gomes (PSB) é líder na disputa eleitoral, com 61% das intenções de voto, 44 pontos percentuais a mais que o segundo colocado, o ex-governador Lúcio Alcantara (PR). O candidato do PSDB, o deputado estadual Marcos Cals, é indicado por 10%
O Ibope ouviu o eleitorado potiguar entre os dias 20 e 22 de setembro. A candidata do DEM, Rosalba Ciarlini, tem 49%, vinte pontos percentuais à frente de Iberê (PSB), com 29%. Carlos Eduardo (PDT) tem 9%.
Na Paraíba, o atual governador Zé Maranhão (PMDB) mantém a liderança com 51%, uma diferença de 17 pontos percentuais de Ricardo Coutinho (PSB) com 34%.
Outra eleição que deve ser rápida é a de Pernambuco. O governador Eduardo Campos (PSB) tem 73%. Jarbas Vasconcelos (PMDB), 16%. O massacre é maior quando somados apenas os votos válidos. Campos tem 80% e Jarbas 18%.
Em Sergipe, Marcelo Deda (PT) tem 51%, 20 pontos percentuais a mais do que João Alves do DEM, que está com 31%.
Poucos estados deverão ter 2º turno
Com base nas pesquisas do Ibope, o segundo turno poderá acontecer em Rondônia, Amapá, Piauí, Alagoas, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal. Até Estados que tradicionalmente levavam a disputa para o segundo turno, como o Rio Grande do Sul e o Pará, rumam para a definição rápida.
A situação é de indefinição em sete estados do País. Em Rondônia, os candidatos João Cahulla (PPS), Confúcio Moura (PMDB) e Expedito Junior (PSDB) estão empatados, segundo o Ibope.
Cahulla atingiu 24%, Confúcio e Expedito com 22%. Com a eleição embolada, a decisão deve ir para o 2º turno. No Amapá, segundo prognóstico feito nos dias 10 e 12 de setembro, Lucas Barreto do PTB é líder com 34%.
Os candidatos Jorge Amanajás, do PSDB, Camilo Capiberibe, do PSB e Pedro Paulo, do PP, têm 23%, 17% e 11% das intenções de voto respectivamente.
Este resultado deve levar disputa para o 2º turno. No Piauí, a situação também está indefinida. O atual governador Wilson Martins (PSB) é líder com 39%. Na segunda posição está o candidato João Vicente Claudino (PTB), com 27%. O candidato Silvio Mendes (PSDB)tem 25% das intenções de voto.
A campanha está acirradíssima em Alagoas com três candidatos empatados tecnicamente. O Ibope mostra o candidato do PDT, Ronaldo Lessa, com 29%, seguido pelo ex-presidente Fernando Collor (PTB) com 28% e pelo atual governador Teotônio Vilela (PSDB)com 24%. Em Goiás, a tendência é que haja segundo turno. Marconi Perillo (PSDB) aparece com 42%. Iris Rezende (PMDB) e Vanderlan (PR) têm 33% e 10% das intenções de votos, respectivamente.
No Distrito Federal, antes de renunciar à candidatura, Joaquim Roriz (PSC) subiu 3 pontos e reduziu a diferença para Agnelo Queiroz (PT) para 9 pontos. Roriz atingiu 33% e Queiroz 42%. O resultado deixa em aberto a realização de segundo turno. Roriz será substituído pela sua esposa Weslian
A disputa catarinense é outra que deve ser prolongada. Na pesquisa do Ibope, entre os dias 07 e 09 de setembro, Raimundo Colombo (DEM) aparece com 34%, contra 27% de Angela Amin (PP). A petista Ideli Salvatti tem 15%.
Fonte: Tribuna da Bahia