Folha de S.Paulo
Na briga por cargos e poder na administração do presidente Lula, até o ministro Guido Mantega (Fazenda) foi alvo de um dossiê apócrifo que o próprio governo identifica como elaborado pela ala do partido egressa do sindicalismo bancário.
O material traz acusações de tráfico de influência no Banco do Brasil contra a filha de Mantega, a modelo Marina. No fim de abril, o papel foi enviado para a presidência do BB, para o gabinete de Mantega e para a Casa Civil.
O objetivo era forçar o ministro a desistir de nomear o vice-presidente do BB Paulo Caffarelli para a presidência da Previ (fundo de pensão dos funcionários do banco).
Caffarelli acabou preterido por ordem do Planalto, mas os bancários também saíram enfraquecidos. O nome por eles defendido para assumir a presidência da Previ, Joílson Ferreira, não foi escolhido.
Além disso, os dois principais expoentes do grupo, o ex-presidente do PT Ricardo Berzoini e o ex-presidente da Previ Sérgio Rosa, perderam espaço no governo e foram alijados da campanha de Dilma Rousseff à Presidência.
O documento relata também que Marina esteve com Caffarelli para encaminhar pleitos por diversas vezes na sede do BB em São Paulo.
Foram apontados dois supostos autores do dossiê. O primeiro é Alencar Ferreira, secretário-executivo do Ministério do Trabalho na gestão de Berzoini. Quando Caffarelli foi alçado a vice-presidente do banco, no fim de 2009, bateu de frente com Ferreira. O segundo suspeito, para integrantes do governo, é José Luís Salinas, que perdeu a vice-presidência de tecnologia do BB em junho.
Fonte: Agora