Evandro Matos
Como sempre, Lula criticou os oposicionistas na Bahia e até deu conselhos para Wagner “não perder nunca a calma e manter a cara boa, mesmo quando os adversários estiverem babando de ódio, pois o povo percebe quem está irresponsavelmente xingando e quem está tranquilo e sereno”. Acenando para os aliados no palanque, o presidente brincou com o vice Otto Alencar. “Otto, eu não sabia que você ia vestir essa camisa tão rápido”, comentou, depois de ouvir vários elogios de Wagner ao progressista.
Diferentemente da candidata Dilma Rousseff, que foi mais discreta, Lula deixou bem claro que o seu projeto na Bahia é com o governador Jaques Wagner. Em momento nenhum o ex-ministro da Integração Nacional e atual candidato ao governo do estado, Geddel Vieira Lima (PMDB), teve o seu nome pronunciado. O mesmo aconteceu com o senador César Borges (PR), que compõe a chapa de Geddel e foi, além de omitido, criticado indiretamente pelos seus dois adversários.
Wagner cita Castro Alves
A candidata Dilma Rousseff antecedeu a fala do presidente Lula. Sem muito jeito, vestida de preto e com um blazer vermelho, a ex-ministra se esforçou para agradar ao público, mas várias vezes teve que ser orientada por Wagner para se posicionar e movimentar melhor no palco. Procurando demonstrar intimidade com a Bahia, ela invocou a heroína Maria Quitéria para citar a luta das mulheres, mas não deixou de valorizar o sexo masculino. Porém, Dilma focou o seu discurso mais nas realizações do governo, prometendo dar sequência ao trabalho de Lula.
Como fizera o presidente, ela também ignorou Geddel, seu ex-colega de ministério. “Aqui na Bahia nós temos a parceria de um companheiro excepcional, que é o companheiro Jaques Wagner, que é amigo do presidente Lula”, destacou. Da mesma forma, a candidata se referiu ao Senado, afirmando que “Pinheiro e Lídice é que fazem parte do nosso projeto”.
Antes de “os três irmãos” falarem, como se referia o locutor a Lula, Wagner e Dilma, os outros integrantes da chapa governista também falaram. Primeiro falou Otto, seguido de Walter Pinheiro e, por último, Lídice da Mata.
Ao assumir o microfone, o governador Jaques Wagner mostrou-se à vontade. Vestido com uma camisa azul, ele fez um discurso focado nas realizações do Planato e no “projeto de parceria” com o seu governo.
Numa noite inspirada, o petista recorreu ao poeta Castro Alves para enumerar as conquistas sociais do governo Lula, a quem chamou de “pai, irmão e professor” da política. “Presidente Lula, você libertou o povo brasileiro da miséria, da escuridão e da falta de universidades", afirmou.
Fonte: Tribuna da Bahia