Evandro Matos
A campanha ainda nem começou oficialmente, mas alguns candidatos já trocam farpas entre si. Ontem, foi a vez de Otto Alencar (PP) voltar a carga contra o senador César Borges (PR), que o acusa na Justiça de dupla filiação partidária. O curioso é que a briga é entre dois ex-carlistas, que quase integravam a mesma chapa, mas agora estão em lados opostos: Otto é candidato a vice na chapa do governador Jaques Wagner (PT) e Borges disputará a reeleição na chapa do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB).
Magoado com o que chama de “perseguição” de Borges sobre a sua suposta dupla filiação – o senador recorreu da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última quinta-feira -, Otto provocou. “Hoje ele está mais subserviente e amestrado ao deputado Geddel Vieira Lima do que foi na época de Antonio Carlos. Eu o apoiei na sucessão em 2002 e não esperava que ele me perseguisse tanto”, disse. “O mandato dele, ele deve muito a mim. Em 1994, ele foi vice porque eu não quis. Depois eu fui o vice dele porque eu já era o vice de Luis Eduardo Magalhães”, pontuou. “O Geddel quer inviabilizar minha candidatura porque ele não está crescendo”, provocou.
Curiosamente, as provocações de Otto não foram respondidas pelo senador. Procurado por nossa reportagem, o republicano não foi localizado. O presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, lamentou os ataques gratuitos. “Não é esse o nível da campanha que nós queremos. Ele está nervoso porque sua candidatura está subjudice, mas não adianta sair agredindo”, reagiu Lúcio.
Fonte: Tribuna da Bahia