TASSO FRANCO
Agora, como Geddel integra a coligação nacional Dilma/Michel Temer e faz sua convenção nesta segunda-feira, 21, com a presença da candidata petista a presidente, se supõe que, vingando a dupla Serra/Benito, que já teve até direito ao Jornal Nacional, o PMDB dispensaria o apoio de Benito, mas manteria a aliança com o PTB, uma vez que um dos candidatos da chapa ao Senado da ampla coligação de Geddel no estado é o professor Edvaldo Brito. Ficaria o complicador no colo de Souto, pois Benito já disse que com este ex-governador não vai nem amarrado.
Agora, veja o que acontece na “República Sarneylândia”. Lá, no Maranhão, o estado mais atrasado do país, o PT foi forçado a liberar seus aliados históricos para apoiar a candidatura do deputado federal Flávio Dino (PCdoB) ao governo do estado, só depois da greve de fome do deputado Domingos Dutra (PT) e do fundador do partido no estado, Manoel Conceição, os quais se rebelaram contra a decisão do caudilho Lula, que impunha um apoio petista incondicional a Roseana Sarney, governadora do PMDB e filha do patriarca presidente do Senado e da “colônia” maranhense. O PT ficou com medo que Domingos Dutra morresse e se transformasse num caso de repercussão internacional como acontece em Cuba.
A Bahia só está imune a uma situação dessa natureza porque o governador é do PT. Ainda assim, o Wagner não contesta o segundo palanque para Dilma no estado porque vê na sua relação pessoal e partidária com o presidente Lula uma história de 30 anos e não 3 anos, caso de Geddel. Mas teve que engolir goela abaixo esse movimento, o que certamente não é agradável nem pra ele nem para petistas históricos. Claro que ninguém vai fazer uma greve de fome diante desse quadro porque aqui não se tem petista do naipe de Domingos Dutra, e a questão é palatável. Esperava-se, no entanto, algum protesto, mas, nem um pio. É como se tudo estivesse normal, numa boa, quando, na realidade, não é bem assim e as lamúrias são “interna-corporis”.
O eleitor, coitado, fica sem entender esse “Samba do Crioulo Doido” e acaba desprezando as ordenações partidárias e votando em candidatos: Souto com César Borges; Wagner com Edvaldo Brito; Aleluia com Maria Luiza; Marcelo Nilo com Jutahy Magalhães Jr; Bassuma com Lídice. É como diz Stanlislaw: lá ai lá ia lá ia/ o bode que deu vou te contar.
Fonte: Tribuna da Bahia