quinta-feira, junho 24, 2010

Salvador à beira de uma epidemia de dengue

Thiago Pereira

A capital baiana está a beira de uma epidemia de dengue. Segundo o terceiro Levantamento de Índice Rápido para o Aedes Aegypti (LIRAa) realizado este ano, entre os dias 7 e 11 de junho, o índice de Infestação Predial de Salvador (IPP) subiu de 3,1% para 4,1%. Isso significa que de cada 100 residências, quatro apresentam focos do mosquito Aedes Aegypti, números considerados alarmantes. Em Janeiro deste ano, o IPP da capital baiana era de 2,9%.

De acordo com a coordenadora do Programa Municipal de Combate a Dengue, Eliaci Costa, o aumento do índice foi maior porque houve prevalência da ocorrência de chuvas nos últimos meses. “Nós já esperávamos esse aumento por causa das fortes chuvas que atingiram a cidade com a combinação do calor com maior frequência”, explicou.

Os Distritos Sanitários do Subúrbio Ferroviário, Cabula/Beirú, Pau da Lima e São Caetano/Valéria foram os que apresentaram maior índice de infestação predial. Nessas regiões foram encontrados inúmeros criadouros do mosquito em depósitos como lixos, tanques, tonéis, vasos e pratos de plantas, o que mostra que a população ainda precisa se conscientizar quanto ao combate ao mosquito da dengue. Já os Distritos Sanitários do Centro Histórico e de Itapagipe registraram redução no IPP.

Os bairros que possuem mais focos do mosquito são Valéria, Saramandaia, Pernambués, Arraial do Retiro, Barreiras, Itacaranha, Alto da Terezinha, Ilha Amarela, Tancredo Neves, Mata Escura e Canabrava. “A preocupação com a dengue deve ser constante, e o que a gente vem percebendo é que a população vem se descuidando ao permitir a presença dos depósitos nos domicílios”, disse Eliaci.

Dentre as estratégias do Centro de Controle de Zoonoses no enfrentamento da doença estão as realizações de mutirões de limpeza e a distribuição de capas para caixas d’água, tanques e tonéis. Os moradores são alertados sobre os riscos da dengue e recebem orientações de prevenção, como não acumular água em vasos de plantas, pneus, ou lajes; tampar devidamente as caixas d’agua, tanques e tonéis; e descartar todo material que possa servir de criadouro para o mosquito Aedes Aegipty, como garrafas, latas e cascas de ovos. Os mutirões serão retomados no segundo semestre, priorizando os bairros com maior incidência da doença.

Fonte: Tribuna da Bahia