Valmar Hupsel Filho l A TARDE
A auditoria interna para identificar distorções salariais na folha de pagamento do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) é feita por alguns auditores beneficiários de vantagens que representam aumento de mais de 100% do salário-base. Dos 32 auditores, pelo menos 13 tiveram rendimentos superiores a R$ 10 mil em março, mesmo com salários-base variando entre R$ 2,9 mil e R$ 3,9 mil. Houve auditor, como um lotado na Superintendência de Fiscalização, que recebeu R$ 17 mil. Os documentos aos quais A TARDE teve acesso não identificam os servidores.
A investigação na folha de pagamento de pessoal foi determinada, no final de março, pela presidente do TJ-BA, desembargadora Telma Britto, depois que foram divulgadas notícias sobre a existência de supersalários de até R$ 52 mil. O prazo estipulado para a realização da auditoria foi de um mês e deve ser encerrado na semana que vem.
Por meio de sua assessoria, a presidente do TJ informou que, paralelamente, o Núcleo de Controle Interno do Poder Judiciário, criado por ela em fevereiro, está estudando a folha de pagamento para identificar distorções salariais. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também realiza uma auditoria nas folhas do TJ-BA, relatada pelo conselheiro José Adonis Callou.
No início do ano, quando foi divulgada a existência de altos salários no TJ-BA, a presidente Telma Britto disse que janeiro era “um mês atípico”, por causa do pagamento de férias e 13º salário. Mas a divulgação das folhas de fevereiro e março também revelaram servidores com rendimentos superiores a R$ 40 mil.
A mais recente, de março, mostra que o oficial de justiça avaliador do tabelionato de ofícios e notas da Vitória embolsou exatos R$ 41.212,32. O documento revela, ainda, que quatro servidores tiveram rendimentos acima de R$ 30 mil, 33 ganharam entre R$ 20 mil e R$ 30 mil e pelo menos 378 deles receberam entre R$ 10 mil e R$ 20 mil.
Fonte: A Tarde