sexta-feira, abril 30, 2010

ACM Júnior rebate avaliação do DIAP

Adriano Vilella

A avaliação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) segundo a qual as próximas eleições na Bahia para o senado vão consagrar o candidato a reeleição, César Borges (PR), e um postulante da base do governo foi questionada pelo Democratas na Bahia. O partido reafirmou a pré-candidatura do ex-prefeito de Feira, José Ronaldo, e que – atualmente no cargo – Antonio Carlos Júnior permanece no páreo para o segundo posto. “Ainda não me decidi, mas quem quer que seja o candidato, será competitivo”, afirmou o próprio senador do DEM.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Antônio Augusto Queiroz vislumbrou dificuldades para o DEM eleger senadores este ano, razão que fará sua bancada no senado ser encolhida. A situação da Bahia seria das mais delicadas: dificuldades pessoais estariam impedindo a candidatura a reeleição de Antônio Carlos Magalhães Júnior e o feirense José Ronaldo, na avaliação do diretor do DIAP, teria pouca representatividade.

Um dos pontos questionados pelo diretório baiano do DEM e pelo próprio parlamentar foi a tendência da projeção do diretor do DIAP a considerar os que já estão no Senado como favoritos. “O Diap é bom para avaliar o desempenho do parlamentar no Congresso”, argumentou o senador Antonio Carlos Júnior, que trabalha para resolver pontos da vida empresarial antes de anunciar se concorrerá à reeleição.

O democrata baiano afirmou que no Rio Grande do Norte Queiroz deve errar nas duas vagas eleitas. “Agripino Maia (DEM) e Garibaldi Alves (PMDB) são favoritos. A ex-governadora Wilma Faria vai perder”, disse ele, que questionou o conhecimento do diretor do Diap sobre a realidade baiana. O posicionamento do DEM local em favor de suas duas candidaturas derruba a alternativa levantada pelo empresário João Cavalcanti, de que as coligações do DEM e do PMDB poderiam lançar apenas um concorrente ao Senado Federal.

Lídice reafirma disputa ao Senado

Curiosamente, um interlocutor dos partidos governistas também minimizou a avaliação do Diap. “Nós não sabemos a metodologia utilizada. Houve pesquisa?”, questionou. “Faltam quase seis meses para a eleição”. A coalizão liderada por Jaques Wagner almeja eleger os dois senadores. Desde a redemocratização, em 1982, sempre o governador eleito ganhou as vagas para o Senado em disputa.

Por enquanto, o grupo de partidos aliados do governador tem como certa a candidatura da deputada federal Lídice da Mata (PSB) ao Senado. Por coincidência, um site local divulgou ontem que a socialista poderia recuar. Aparentemente sem sentido, já que sua candidatura é dada como certa, a desistência da presidente socialista seria motivada pelo risco de não vir a se eleger numa chapa com Walter Pinheiro, nome preferido do governador para ocupar a vaga em aberto.

Este receio foi externado pelo presidente do PCdoB, deputado federal Daniel Almeida, que teme que a presença de dois nomes do campo das esquerdas seja uma ameaça e resulte na vitória de apenas um senador – com vantagem para Pinheiro por ser do partido do governador. Se confirmada a saída de Lídice, apareceria no tabuleiro eleitoral a possibilidade de o PT preencher três das quatro vagas da coligação de Wagner ou aumentar a pressão dos aliados, a exemplo do PDT e do próprio PCdoB, por espaço na majoritária.

A parlamentar socialista afirmou, através de sua assessoria, que o recuo não está posto no PSB, que é dirigido no estado por ela. A dirigente estaria apenas esperando o anúncio oficial da sua inclusão na chapa por parte do governador, reconhecido pelos partidos aliados como condutor do processo. Em entrevistas, Jaques Wagner já anunciou a escolha por Lídice.

Fonte: Tribuna da Bahia