daniela pereira
O policial civil do Grupo de Operações Especiais (COE) Evaristo Santana Filho, acusado de matar a esposa, a universitária Luciana Machado Souza, de 31 anos, no último domingo, se apresentou na noite de ontem, na Corregedoria da Polícia Civil. Acompanhado de advogado e familiares, o suspeito do crime prestou depoimento ao delegado plantonista Adalgilson Sobral. Segundo plantonistas da unidade, o acusado responderá em liberdade, por ter se apresentado espontaneamente. A equipe da Tribuna esteve na corregedoria à procura do delegado, que não mais estava na unidade para dar esclarecimento sobre o caso.
Luciana foi morta na frente das filhas, com quatro tiros, que segundo a família foram disparados pelo marido, Evaristo Santana Filho, que teria ciúme da beleza da mulher. O enterro da vítima ocorreu por volta das 16 horas de ontem, no cemitério Bosque da Paz. Luciana foi assassinada dentro de casa, no Loteamento Solar União, em Lauro de Freitas.
Evaristo e Luciana se conheciam há seis meses e cursavam juntos o 2° ano do curso de Direito na Faculdade Maurício de Nassau. Na última sexta- feira, o casal resolveu oficializar a união e realizaram um casamento no fórum da cidade. No domingo, o casal levou familiares e os três filhos, frutos de casamentos anteriores, para uma festa em um sítio no município de Dias D’Ávila.
Segundo relatos de testemunhas, Luciana não consumiu bebidas durante o evento, pois precisava dirigir e já tinha percebido que o marido não tinha condições de exercer essa função, pois já estaria embriagado. “No caminho de volta, ele disse para ela tomar uma direção, mas ela preferiu vir por outro caminho. Depois disso, começaram uma discussão dentro do carro”, contou uma irmã de Luciana, que preferiu não se identificar.
O CRIME - Segundo familiares, ao chegar em casa, por volta das 22 horas, o casal voltou a se desentender. Em meio a troca de ofensas, Luciana afirmou que se as brigas continuassem, seria melhor que houvesse o divórcio. Indignado com a afirmação da esposa, Evaristo sacou a arma e, após dizer que “se a mulher não fosse dele não seria de mais ninguém”, disparou quatro vezes contra a esposa. Os tiros acertaram a mão, peito, vagina e perna da vítima, que morreu na hora.
"Minha sobrinha ligou desesperada para minha mãe gritando e mandando chamar o Samu. Quando minha mãe ia me ligar para falar, a menina ligou para meu celular e disse: ‘tia manda uma ambulância que minha mãe está morrendo". Fiquei desesperada porque não sabia o que estava acontecendo. Foi horrível”, contou uma irmã de Luciana. O casal convivia com três crianças, duas de 5 e uma de 11 anos, que eram filhas de Luciana, e uma de 12 que era filha de Evaristo.
“As meninas contaram que a mãe não teve tempo nem de se mexer do sofá”, afirmou. Antes de fugir do local, o policial telefonou para a família dele e informou o que tinha acontecido. Em seguida uma irmã do acusado compareceu à casa da família e levou a filha de Evaristo para casa. Policias da 34ª Delegacia de Portão faziam as buscas pelo acusado. As filhas de Luciana permanecem em estado de choque e estão sob cuidados da avó materna.
Fonte: Tribuna da Bahia