São situações absolutamente diferentes que definem as táticas contraditórias do governo e da oposição. Enquanto, a ministra-candidata Dilma Rousseff dispara, em arrancada fulminante, para fechar alianças com todos os partidos cooptáveis, a oposição sonolenta, espera o tempo passar para lançar a sua chapa e tentar descontar o tempo perdido.Dilma está com a corda toda. Em dois jantares, na mesma noite de estômagos cheios em, Brasília, a sua candidatura que patina nas pesquisas, ganhou impulso para a consolidação com os acordos virtualmente fechados com o PMDB e com um nó confiável com o PDT.O PMDB coçava-se de impaciência para bater o martelo e garantir a indicação do candidato à vice-presidência, com 99% de probabilidades de homenagear o presidente do partido, o deputado paulista Michel Temer, presidente também da Câmara. E ninguém mais lustroso, o sorriso aflorando nos lábios com esforço e elegância para não explodir na gargalhada do que o bem conservado e virtualmente escolhido para vice da ministra chefe do Gabinete Civil, a candidata de Lula enfiada de goela abaixo no PT. O PMDB prontifica-se a formalizar a aliança com a ministra Dilma até o início de novembro, numa avant-première da Convenção Nacional em junho de 2010.No outro jantar dos comilões, oferecido pela ministra Dilma à cúpula do PDT, no seu gabinete no Palácio do Planalto, transformado em comitê eleitoral, o acordo para o apoio à sua candidatura foi prometido, sem o açodamento do PMDB. Os líderes pedetistas foram unânimes em reconhecer que o partido deve apoiar a candidatura da anfitriã.Mas, como cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, o PMDB registrou a conveniência de aguardar a definição do governador paulista José Serra como candidato da oposição antes de oficializar a escolha do deputado Michel Temer para companheiro de chapa da candidata do presidente Lula.Rapapés e frescuras para distrair a platéia. Com o seu tempero de bom-senso. A aliança nacional só funciona se chegar às bases estaduais e municipais, nas complicadas articulações para a montagem de chapas para governador pelo menos na maioria dos estados.Um final de semana de auspiciosos sinais de normalização da pré-campanha, com os partidos buscando firmar alianças e definir candidaturas.O descompasso entre governo e oposição é justificado pela óbvia diferença entre a candidata Dilma Rousseff, lançada pelo presidente Lula e a cautela do candidato da oposição, o governador paulista José Serra com meses de exercício do cargo antes da desincompatibilização. Quem sobrou foi o deputado Ciro Gomes (PSB) que tem uma conversa agendada com o presidente Lula para esclarecer se é mesmo para valer a combinação para ser o candidato a vice da ministra Dilma ou se está liberado para candidatar-se à Presidência da República a todo risco e fazer um estrago no Norte e Nordeste e em quase todos os Estado onde sempre aparece com bons índices nas pesquisas.No país de verdade, a violência cresce com ímpeto destruidor, nas cidades, nas favelas, no campo com a nova onda de ocupações de fazendas pelo MST, destruindo casas, plantações, tratores, máquinas para protestar contra o governo, um aliado que nem sempre é confiável.nosE as Olimpíadas? Bem, um bom tema para 2016, daqui a sete anos.
Fonte: Villas Bôas Corrêa