Agência Estado
O ex-ativista político italiano Cesare Battisti afirmou que está "tranquilo e confiante" em relação ao julgamento de quarta-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre sua extradição para a Itália. Preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília, ele recebeu hoje a visita de representantes de instituições ligadas aos direitos humanos. Em 1993, Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália, pela autoria de quatro assassinatos entre 1977 e 1979. De acordo com a coordenadora da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do Conselho Federal de Psicologia, Ana Luiza de Souza Castro, Battisti disse estar esperançoso e preparado para o julgamento. "Ele reiterou que a escolha por vir ao Brasil estava relacionada a uma avaliação pessoal de que o País já estava com a sua democracia consolidada, o que seria positivo para obter a condição de asilado político", disse a psicóloga, segundo informações da Agência Brasil. Na opinião de Ana Luiza, o Brasil deve conceder asilo político a Battisti, já que fez o mesmo pelo ex-presidente do Paraguai Alfredo Stroessner, em 1989. "Eu não o conhecia pessoalmente e, até então, minha opinião (sobre Battisti) era constituída apenas por leituras e considerações de outras pessoas. Agora, depois de conhecê-lo, estou convicta da causa e do quão necessário é não permitir que ele seja extraditado", argumentou Ana Luiza.A polêmica envolvendo Battisti se intensificou em janeiro, quando o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu status de refugiado político ao italiano, sob a alegação de que ele não havia tido amplo direito de defesa na Itália. A decisão foi criticada por autoridades italianas, que consideram Battisti um terrorista.
Fonte: a Tarde