Patrícia França e Regina Bochicchio, do A TARDE
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Diante do recuo do PDT, o governo do Estado só anunciou oficialmente, nesta segunda, 17, o nome de dois secretários para as pastas que ficaram vagas com a saída do PMDB do governo – João Leão (PP), que comandará a Secretaria de Infraestrutura, e James Correia, que vai para a Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração. A posse dos secretários acontece na quinta-feira, às 15 horas, no Salão Oxalá, no Centro de Convenções da Bahia. A despeito das dificuldades no entendimento entre o presidente estadual do PDT, Severiano Alves, e o governo Wagner, o PDT apoiará o projeto de reeleição do governador Jaques Wagner em 2010. A garantia foi dada pelo ministro do Trabalho Carlos Luppi, presidente nacional da legenda, em telefonema ao governador, nesta segunda de manhã, ao ser informado de que o deputado federal Severiano Alves estava criando dificuldades para fechar acordo. Assim que desembarcou em Brasília, por volta de 21 horas, o ministro convocou Severiano para uma reunião em sua residência. “Vamos tentar resolver esta questão ainda hoje (terça)”, antecipou Luppi, em telefonema, para o deputado estadual Roberto Carlos.Pouca densidade – No último domingo, na reunião que teve com os secretários Rui Costa (Relações Institucionais) e Walter Pinheiro (Planejamento), Severiano já tinha tido a garantia do governo de que o PDT ficaria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia, incluindo a Fapesb (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia), e as presidências do Ibametro (Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade Industrial) e da Agerba (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transporte e Comunicação da Bahia). Mas o partido, que também teria direito a duas diretorias da Ebal (Empresa Baiana de Alimentos), queria mais: que a ocupação desses espaços fosse verticalizada, possibilitando ao partido indicar nomes nas agências e nos escritórios regionais. A despeito da dor-de-cabeça que o PDT está dando ao governo para firmar uma aliança política-administrativa, a legenda está longe de ter a robustez do antigo aliado, o PMDB, que tem 115 prefeituras, além da capital, e um tempo estimado de 8 minutos no rádio e na televisão. Quanto ao PDT, o partido comanda nove prefeituras e dispõe de cerca de 1 minuto e meio de televisão. Mas para o petista Jaques Wagner, a adesão do PDT consolida na Bahia a aliança nacional entre os partidos e enfraquece o campo, já restrito, de apoios à candidatura do ministro da Integração Geddel Vieira Lima (PMDB).Metas – O deputado federal João Leão (PP), que deixa em seu lugar na Câmara o ex-democrata Jairo Carneiro (PP), assumirá a Secretaria de Infraestutura, mas só ficará na função até abril, porque é candidato à reeleição. "A minha função será essencialmente técnica. Prefeitos e deputados que quiserem conversar comigo, só depois das 19h. Antes disso, serei técnico", disse. Entre as metas de Leão, está a criação de Parcerias Público-Privadas (PPP) entre governo e associação de grandes agricultores do oeste do Estado, para a construção de rodovias estaduais, cujo financiamento já estaria assegurado no Banco do Nordeste.Já a Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração, que ficará em mãos do PT sob o comando de James Correia, sofrerá algumas mudanças, como a criação de um núcleo de meio ambiente dentro da secretaria, para solucionar os entraves entre empresários e órgãos ambientais. "É preciso uma equipe pequena, mas bem competente e afinada. Isso já existe lá, mas preciso entender como as coisas andam para ficar com pessoal daqui e, também, trazer outros de fora".Nesta terça à tarde Correia se encontra com o ex-secretário Rafael Amoedo (PMDB) para abordar detalhes da transição. O futuro secretário adiantou que pretende dar atenção à questão energética no Estado, sobretudo em relação ao projeto de gasoduto.
fonte: A Tarde