quinta-feira, agosto 06, 2009

PMDB anuncia a saída do governo e candidatura própria para 2010

Luana Rocha Redação CORREIO
Ainda esta semana, o PMDB entregará um documento para o governador Jaques Wagner (PT) colocando à disposição as duas secretarias (Infraestrutura e Indústria, Comércio e Mineração) ocupadas pelo partido na administração estadual. O ato põe fim a um “jogo de empurra” que teve início ainda quando a candidatura do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, não estava declarada.
O PMDB tem afirmado que a retirada dos cargos pertencentes à legenda dependia de um gesto do governador. Por outro lado, o governo do estado afirmava que não exonerava os peemedebistas porque não havia qualquer documento que comprovasse o pedido de retirada.
“Diante da relutância do governo em demitir, vamos entregar o documento ainda esta semana para formalizar a situação”, afirmou o presidente regional do PMDB, Lúcio Vieira Lima. Procurado, o governador preferiu não comentar o assunto.
Tranquilidade
Desde o início das rusgas entre PT e PMDB no estado, Wagner tem mantido uma postura de tranquilidade, evitando confrontos diretos com o PMDB. Em relação aos cargos, Wagner já afirmou que dependia do PMDB a permanência nas pastas e que ele, pessoalmente, não demitiria ninguém.
Fontes ligadas ao governo afirmaram, no entanto, que o governador ainda tinha esperança na manutenção da aliança que o elegeu em 2006. “Os cargos são de confiança do governador. Se rompemos, deixam de ser de confiança. Não estamos satisfeitos com o projeto atual, e, por isso, temos um candidato”, continuou Lúcio.
No caso da saída dos cargos, ainda não há qualquer articulação política para a ocupação das cadeiras. Além das duas secretarias, o PMDB ocupa diversos órgãos importantes, como a Agerba, o Derba, a Sudic e a Juceb, esta última presidida por Afrisio Vieira Lima, pai do ministro Geddel.
Também esta semana, a bancada peemedebista na Assembleia vai oficializar sua posição. A tendência, segundo o líder do partido na Casa, deputado Leur Lomanto Júnior, é que a bancada tenha postura independente.
Mas, segundo fontes petistas, essa nova postura não será tolerada.“Se eles passarem a se denominar como independentes, vamos tratá-los como oposição”, afirmou um deputado do PT.
Mudança abre vagas para outros aliados
A saída dos secretários peemedebistas abre possibilidade para o governador negociar os cargos com partidos e aumentar sua base de alianças para 2010. Wagner já declarou que não deixará de conversar com nenhuma legenda.
O presidente estadual do PDT, Severiano Alves, que antes tinha afirmado que o canal de negociação com o PT estava encerrado, ponderou a declaração. “Converso com eles, mas o nosso acordo é para 2011. Além de uma vaga na majoritária, o PDT quer as secretarias de Educação e Trabalho”, afirmou. Além do PDT, Wagner busca aliança com PP e PR.
Secretários peemedebistas têm perfis técnicos
A Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) é ocupada por Antonio Carlos Batista Neves, engenheiro civil de formação e que também foi secretário de obras do prefeito João Henrique. A Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (SICM) é comandada pelo também engenheiro civil Rafael Amoedo, empresário do ramo hospitalar.
fonte: Correio da Bahia