Desta vez a ministra-candidata Dilma Rousseff merece grau 10 pela sábia decisão de recolher-se à privacidade para uns dias de descanso e recuperação do desgaste com o tratamento do câncer linfático, mas principalmente para dar uma pausa à pré-campanha inconstitucional das viagens com o presidente Lula a pretexto inaugurar qualquer coisa, seja um poste na esquina ou as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que ora disparam em alta velocidade ou empacam em exigências legais ou para confirmar o velho ditado de que quem core cansa.A candidata oficial do governo e que o PT engoliu fazendo caretas, em fase caipora, além da estafa pelos excessos da ambição, aliás justa de ser a primeira mulher a ocupar a presidência da Republica do Brasil, foi envolvida no estranho bate-boca com a ex-secretária da Receita, Lina Vieira, que acabou no ridículo incidente do sumiço da agenda esquecida na mala que viajou sozinha do Rio para Natal, onde deve ter afundado ao tomar banho de mar na estonteante beleza do litoral potiguar. De dona Lina Vieira, da pasta e da agenda há uma semana que não se tem notícia.A ministra Dilma foi acusada pela secretária da Receita de tê-la convocado ou convidado para comparecer ao seu gabinete de Chefe da Casa Civil para o suspeito pedido de “agilizar as investigações sobre as empresas da família do presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP)” e que entendeu como dar o caso por encerrado.Os papéis estão desaparecendo com muita freqüência em Brasília, especialmente nos escaninhos oficiais, seja da Justiça, do Executivo e especialmente do Senado atolado no lamaçal da roubalheira. Além da agenda da ex-secretária Lina Vieira, o Gabinete de Segurança Institucional do Palácio do Planalto informa que não há mais registros das câmaras de vigilância dos visitantes, que são apagadas , como é da rotina, na última e confortável versão.As explicações de dona Dilma Rousseff fecham os furos na peneira para tapar o sol e manter a penumbra do gabinete. Exausta depois dos excessos de misturar a pré-campanha eleitoral com a dura rotina do seu zelo centralizador como Chefe de Gabinete Civil da Presidência e mais a tensão do disse-não-disse com a ex-secretária da agenda perdida, Lina Vieira.É intrigante que no Palácio do Planalto, do presidente Lula ao cozinheiro, num caso tão confuso e enrolado, todos têm a absoluta certeza que a ministra Dilma jamais recebeu em seu gabinete a ex-secretária Lina Vieira.Uma pausa na campanha é da mais absoluta conveniência, para que os senadores e deputados do pior Congresso de todos os tempos, parem para pensar que só uma reforma que acabe de uma vez com todas as mordomias que floresceram em Brasília, no solo generoso do cerrado, reabilitará o Congresso. E vai levar tempo. Para o ano que vem a campanha eleitoral é um risco ainda não mensurável. Mas, a desmoralização do Congresso está se espalhando com água de esgoto de ladeira abaixo.
Fonte: Villas Bôas Corrêa