terça-feira, agosto 25, 2009

A mídia escolheu o PT como a Geni da vez. Joguem bosta na Geni. Mal-di-ta Ge-ni.

Há anos acompanho Samuel Celestino, comentarista político do jornal A Tarde. Suas crônicas ajudam a entender a política brasileira e baiana. Mas, nem sempre dá para concordar com ele. Isso é normal, porque, como diz o senso comum, toda unanimidade é burra. Li outro dia um editorial do site dele, o Bahia Notícias, intitulado “Era uma vez um partido político”. É um texto totalmente equivocado e superficial, preso às aparências.Ele diz que o PT é um partido “desfigurado que nem de longe lembra os românticos esquerdistas” e depois traça um perfil meio debochado dos primórdios do Partido dos Trabalhadores. Penso que o PT nada tem de “desfigurado”. Como todos os partidos políticos do mundo, o PT nasceu com uma plataforma que foi se modificando ao longo do tempo, como resposta concreta às conjunturas que foram se formando.Depois diz que os intelectuais que ajudaram a criar o PT e as comunidades eclesiais de base entenderam logo que o partido não era o que imaginavam. Não sei o que os intelectuais e as comunidades eclesiais de base imaginavam. Mas, com certeza, não ficaram apenas os “xiitas”, os radicais, os heróis da resistência que ele escreve com aspas. Novamente, Samuel Celestino, confunde-se com as variadas correntes políticas que se organizaram dentro do PT, negando o pensamento único. Alguns intelectuais saíram, outros entraram. E a Igreja era apenas um das tendências.Dizer que o PT, como instituição, desmoronou moralmente chega a ser absurdo. Dizer que jogou sua ética ao chão é discurso petefóbico. Ele reduz toda a história de luta do PT ao episódio do caixa 2, que a mídia golpista de direita chama de “mensaleiros”. E acaba por taxar o PT de militantes sedentos de poder. Há muito tempo não lia tanta bobagem sobre o PT, fora das páginas da revista Veja. Chega a confundir o PT, um dos partidos que apóiam o Governo Lula, com as necessárias manobras políticas em busca de governabilidade, neste país de mídia golpista, jornalistas corruptos e políticos safados.Sintomaticamente, cumprimenta a senadora Marina Silva e o senador Flávio Arns que deixam o PT. A moral da história, para Samuel Celestino, é que o poder deforma, é falso, triste, etc. Mas, se é tudo isso, não é apenas para o PT, é para todos, inclusive para Marina Silva e Flávio Arns, que ele saúda.Celestino se esquece que, como todas as instituições, o PT é formado de gente, homens e mulheres. Uns se perdem pelo caminho, alguns erram e se levantam, muitos outros continuam a luta política, agora, sem as utopias românticas, um aspecto positivo. Para mim, o PT continua sendo o único partido do mundo que escolhe seus dirigentes por eleições diretas, em todos os níveis, que debate suas teses políticas em congressos abertos, que luta, obviamente, pelo poder. É esse o objetivo de todo e qualquer partido político. Realmente, era uma vez um partido puro. Aquele era muito romântico, mas, não passava do nível das idéias generosas. Celestino faz um jogo de palavras para combater o PT.Os formadores de opinião de vários jornais da grande imprensa (Noblat, Lúcia Hipólito etc) também elegeram o PT como a Geni da vez. Joguem bosta na Geni, joguem bosta na Geni.
Fonte: Bahia de Fato