Redação CORREIO
Acusado de estupro e atentado ao pudor, o médico Roger Abdelmassih disse nesta segunda-feira (18), ao deixar a Delegacia Seccional da Sé, no Centro de São Paulo, que confia em sua absolvição. 'Eu confio na Justiça brasileira', afirmou.
Abdelmassih embarcou como passageiro e sem algemas em um carro da polícia para ser conduzido ao 40° Distrito Policial, na Zona Norte, onde cumprirá prisão preventiva decretada pela Justiça de São Paulo.
O advogado José Luís de Oliveira Lima, que representa o médico, disse que a prisão de seu cliente é “manifestamente ilegal” e anunciou que entrará nesta terça-feira (18) com um habeas corpus com pedido de liminar no Tribunal de Justiça para garantir a liberdade dele.
O médico teve a prisão preventiva decretada pela 16ª Vara criminal de São Paulo nesta segunda-feira. O delegado da 1ª Seccional de Polícia de São Paulo, Aldo Galeano, disse que o médico foi preso por volta das 15h30 em sua clínica, na Avenida Brasil, Zona Sul de São Paulo.
O delegado contou que a prisão do médico, em um bairro nobre de São Paulo, teve que ser cercada de cuidados para que a movimentação policial não assustasse os seguranças do bairro.
Uma delegada se infiltrou na clínica como cliente. O médico chegou a se esconder no banheiro, supondo ser vítima de um assalto, mas entregou-se sem apresentar resistência. Abdelmassih foi levado de sua clínica sem algemas e em um carro do serviço reservado, mas na transferência, seria conduzido em um carro oficial.
'Quando ele entrou com o carro, ele pressentiu alguma coisa, que depois ele disse pensar tratar-se de um assalto. Mas ele correu e acabou entrando no banheiro da sala de reuniões. Eu bati na porta e pedi que ele se entregasse, para não incomodar as clientes da clínica', disse o delegado.
As investigações começaram a ser feitas no início do ano passado, quando ex-pacientes procuraram o Gaeco, um grupo especial do Ministério Público. A maior parte das pacientes tem idades entre 30 e 45 anos e são de vários estados do país. O relato mais antigo é de 1994 e há outros de 2005, 2006 e 2007. Algumas chegaram a procurar a polícia na época, mas a maioria só se manifestou após ver os relatos na imprensa.
De acordo com a Promotoria, os relatos das pacientes são muito parecidos quanto à forma de abordagem no consultório. Os supostos ataques ocorreriam quando as pacientes estavam voltando da sedação ou até mesmo sem estarem sedadas e em momentos quando não havia outra pessoa na sala. Os promotores tentaram denunciar o médico no ano passado, mas a Justiça não aceitou a denúncia justificando que os promotores não tinham poder para investigar. O caso foi encaminhado para a polícia, naquela ocasião.
(Com informações do G1)/Correio da Bahia