Agencia Estado
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) voltou a pedir hoje a renúncia do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Na avaliação do senador gaúcho, após a divulgação feita ontem pelo jornal O Estado de S.Paulo de gravações de diálogos que mostram a ligação de Sarney com a edição de atos secretos no Senado, não há mais condições de o peemedebista continuar à frente da Casa. "Agora ele tem que renunciar. É ridículo a gente caminhar na rua, porque a opinião pública nos olha com deboche. Já estão querendo extinguir o Senado. A opinião pública está sentindo que o Sarney só tem uma saída: ele tem que renunciar", disse Simon, após encontro com o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), no Senado. "Ele fez grandes atos na vida, foi presidente da República, governador, convocou a Constituinte, é dono do Maranhão, dono do Amapá, mas tem um momento que o homem tem que parar", continuou. Simon, que faz parte da Ordem Franciscana, disse que todos os dias está rezando por Sarney, para que Deus o ajude na condução da crise. "Sou franciscano. E São Francisco nos ensinou que, antes de dormir, nós devemos rezar por alguém que (com quem) temos resistência, temos mágoa. E todos os dias estou rezando pelo Sarney, para que Deus o ajude", contou o senador.Cristovam Buarque e Pedro Simon devem encaminhar ainda hoje um ofício ao presidente do Conselho de Ética, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), pedindo uma convocação urgente do colegiado. "Mandaremos um ofício ao Paulo Duque para que não espere até agosto. Devemos reunir o conselho nem que seja este fim de semana. Inclusive recebi ligações de senadores do conselho se colocando à disposição da reunião", declarou o pedetista.Pesam contra Sarney no Conselho de Ética quatro denúncias e duas representações que o responsabilizam pela edição de atos secretos no Senado e questionam a participação dele em um suposto esquema de desvio de dinheiro de incentivo cultural da Petrobras para a Fundação José Sarney. A próxima reunião do conselho está marcada para o dia 4 de agosto, se não houver nenhuma convocação extra.
Fonte: A Tarde