Reuters
Marinha do Brasil / Divulgação
Busca por corpos e destroços permanece na região
Passada uma semana do pior desastre aéreo desde 2001, envolvendo um Airbus A330 da Air France que voava do Rio de Janeiro a Paris, as equipes de buscas de Brasil e França recolheram 17 corpos no Oceano Atlântico, 15 deles neste domingo, de acordo com informações dos comandos da Marinha e da Aeronáutica.
O voo AF 447 da companhia aérea francesa levava 228 pessoas a bordo. Investigadores estão considerando a possibilidade de os sensores de velocidade do A330 terem congelado, e a Air France informou no final do sábado que está acelerando a substituição desses componentes em todos os aviões Airbus de sua frota que fazem voos de longa duração.
No sábado, as equipes brasileiras resgataram os dois primeiros corpos na área de busca, além de objetos pessoais e peças do avião. Neste domingo, dos 15 corpos resgatados, oito deles foram avistados e recolhidos pela fragata francesa Ventose.
A fragata brasileira Constituição transporta para Fernando de Noronha nove dos corpos, quatro do sexo masculino e quatro do feminino. O sexo de um desses corpos ainda não pôde ser identificado. Esses nove corpos deverão chegar a Fernando de Noronha na terça-feira.
“A operação durará o tempo que for necessário, para que a gente faça inicialmente o resgate de todos os corpos e posteriormente o resgate do maior número possível de destroços”, disse a jornalistas no início da noite de domingo o tenente-coronel Henry Munhoz, da assessoria de imprensa da Força Aérea Brasileira (FAB).
Os trabalhos de resgate envolvem seis navios (cinco brasileiros e uma fragata francesa) e 14 aeronaves (12 da FAB e duas da França).
Munhoz destacou que não há dúvida de que os destroços encontrados são do Airbus da Air France. “Não vamos ressaltar neste momento quais são as peças... Mas são peças consideráveis que nos permitem informar que são itens dessa aeronave.”
A fragata Constituição já seguia para Fernando de Noronha com os dois corpos encontrados no sábado, mas teve de fazer um curto retorno para embarcar outros que foram localizados. Quando o navio estiver perto de Noronha, os corpos serão levados ao arquipélago por meio de um helicóptero.
Os corpos passarão por uma catalogação inicial em Noronha e depois serão transportados para o Recife para que seja feita a identificação.
O Instituto Médico Legal (IML) da capital de Pernambuco já se prepara para receber os corpos. A polícia isolou as ruas de acesso ao edifício do IML para evitar tumultos no local.
Se for necessário o uso de exames de DNA, o material genético coletado de parentes das vítimas será enviado a Brasília, pois Recife não tem os equipamentos necessários para fazer esse tipo de teste.
As assessorias de imprensa da FAB e da Marinha informaram que os detalhes sobre os objetos que estão sendo recolhidos dos passageiros da aeronave não serão divulgados.
“Pegamos, relacionamos todo esse material e apresentamos aos familiares. Se eles desejarem, eles comunicam à imprensa o que foi localizado”, disse o assessor da FAB. “O que a gente não quer é criar uma tensão maior e um sofrimento maior a essas famílias que estão apreensivas”, acrescentou.
Os corpos e os destroços estão sendo recolhidos por botes ou por içamento. De acordo com a FAB, a análise dos pedaços do avião será responsabilidade dos franceses.
O voo AF 447 tinha 216 passageiros de 32 nacionalidades, incluindo sete crianças e um bebê. Segundo a Air France, 61 eram franceses, 58 brasileiros e 26 alemães. Dos 12 tripulantes, um era brasileiro e os demais franceses.
Fonte: A Tarde