Fernanda Chagas
O anúncio de que será selada uma histórica aliança, no encontro DEM-PSDB, na próxima segunda-feira, já movimenta o meio político baiano e alimenta novas especulações, onde o DEM seria o mais beneficiado do ponto de vista das oposições a Jaques Wagner. O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima também sairia enfraquecido, em caso de confirmação de sua candidatura ao governo do estado. Isso tudo levando em consideração que Geddel nunca negou a possibilidade de aceitar uma futura aliança com o DEM (que inclui os tucanos), desde que com ele na cabeça da chapa. Ou seja, teria a garantia antecipada de que seria o candidato ao governo unindo a oposição, mas o resultado foi outro e deu Paulo Souto (DEM), como oposição total, não apenas no âmbito estadual como também nacional. A situação, de fato, parece ter se complicado um pouco para o PMDB. No entanto, tudo indica que uma repactuação com o PT, mesmo diante do novo quadro, não está nos planos. De acordo com o presidente estadual da legenda, Lúcio Vieira Lima, “os petistas no estado deveriam se preocupar em agradar os peemedebistas visando a construção de uma aliança em 2010 em torno da reeleição de Jaques Wagner (PT). Segundo ele, estrategicamente equivocados setores do PT estão abrindo fogo contra o PMDB, a começar pelo secretário de Planejamento, Walter Pinheiro, que ultimamente tem feito duras críticas à prefeitura em função das denúncias de irregularidades nas obras do metrô. “Walter Pinheiro deveria se preocupar em fazer o ano da gestão que Wagner quer ao invés de atacar o prefeito João Henrique”, ironizou, disparando que “até hoje o governo do estado não repassou o dinheiro prometido para a prefeitura no Carnaval”. Por fim, afirmou que o PMDB está disposto a conversar com todos os partidos que vierem somar, inclusive com o DEM. “O radicalismo acabou. “Antigamente, a política se fazia entre os que eram a favor do senador Antonio Carlos Magalhães e os que eram contra. Hoje existem partidos políticos e todos conversam”, concluiu, dando a entender que nenhuma possibilidade está descartada. “Sobre a decisão de uma futura candidatura própria o que eu posso dizer é que hoje as manifestações mais firmes, mais fortes, são neste, o que não significa maioria. Significa dizer que eles estão com mais vontade, mais garra de se manifestar. Agora quando eu digo que a decisão é das bases, as bases para tomada de decisão deve levar em conta tudo isto: os nomes que o partido tem, a vontade do partido ter uma candidatura própria, o amor à militância e as condições políticas para a candidatura”, disse. Ainda conforme Lúcio, num debate todos esses pontos precisam ser colocados. “Se amanhã não tiver condições políticas para viabilizar uma candidatura, as bases serão as primeiras a reconhecer e dizer infelizmente nós fizemos um movimento, temos um bom nome, mas não reunimos as condições políticas. Não é o momento certo. Da mesma forma que se o partido reunisse as condições políticas tivesse vontade, mas não tivesse um bom nome, deveria dizer infelizmente temos tudo para disputar a eleição, mas não temos um bom nome".
Fonte: Tribuna da Bahia