O senador Pedro Simon (PMDB-RS) subiu à tribuna do Senado ontem para defender o afastamento do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Simon se disse deprimido com as sucessivas denúncias que envolvem a instituição e afirmou que a situação de Sarney é insustentável.
"Faço um apelo para fazermos um movimento de endeusamento do Sarney, desde que fora da presidência. Se ele renunciar, isto termina hoje. Isso só para se dar ao Sarney o direito que ele tem de respirar tranquilo", disse Simon. Segundo Simon, a saída temporária de Sarney será importante para evitar que coloquem em dúvida as investigações das denúncias realizadas pela Casa. Para o peemedebista, o afastamento não representará reconhecimento de culpa.
"Digo aqui com profundo sentimento de mágoa que o presidente Sarney tem que se afastar da presidência. Lá no começo eu disse isso e hoje repito. Deve se afastar desse processo, para o bem dele, de sua família, de sua história e desse Senado. Não significará auto-culpa nem aceitar que é responsável. Será um ato de grandeza, um ato importante. É preciso que ele se afaste e nós vamos partir para decidir. Temos que ter coragem", disse. Simon questionou o fato de o presidente da Casa não se manifestar sobre as denúncias. "Ele não sabia que existia ato secreto? Não sabia que tinha banco em empréstimo consignado? Não sabia que tem mais de 300 servidores ganhando o dobro? Não sabia... O que o senhor [Sarney] está fazendo lá? Ninguém acredita em nós, não acredita em coisa nenhuma", disse.
O peemedebista lembrou que foi Sarney quem escolheu o ex-diretor-geral Agaciel Maia, apontado como o principal articulador das irregularidades do Senado. "Não é importante ter na presidência do Senado uma pessoa que não tenha nada a ver com essas coisas que aconteceram nos últimos anos do Senado?", questionou
Fonte: Tribuna da Bahia