Ludmilla Duarte, da Sucursal Brasília
O relatório sobre as contas do governo Wagner, lido na terça-feira, dia 02, pelo conselheiro do TCE Pedro Lino, foi recebido com desconfiança pelos parlamentares federais baianos, até mesmo por oposicionistas. O Democrata José Carlos Aleluia criticou a forma como o documento foi apresentado pelo conselheiro, opinando que “não foi bom para a imagem do tribunal”, e “os tribunais devem entender que precisam cumprir o papel de defender o interesse público de forma discreta”. Mário Negromonte (PP) observou que eventuais falhas técnicas são “naturais” num governo que está começando e com uma equipe que está se ajustando aos procedimentos administrativos, e que, nesses casos, o tribunal tem que fazer orientações e recomendações. “Espero que o rigor do conselheiro não tenha significado um julgamento político”, disse Negromonte. “É muito provável que os erros por parte do governo estadual, se houveram, tenham acontecido com a intenção de acertar”, disse.Reação – Luiz Carreira (DEM) admite que não teve acesso ao relatório e não pode fazer juízo adequado, mas estranhou a reação irritada de figuras do governo baiano à antecipação do voto por parte de Lino. “Isso aconteceu diversas vezes durante os governos do nosso grupo, e eles (o PT) achavam natural”, lembra.Colbert Martins Filho (PMDB) não fez arrodeios. “É um julgamento de caráter meramente político que diminui o trabalho do Tribunal de Contas do Estado”, disparou o peemedebista. “É uma análise que não honra as tradições do tribunal. O governo Jaques Wagner não cometeu irregularidade alguma que justifique um voto desse tipo”, garante o parlamentar, acrescentando acreditar que a posição de Lino não será seguida pelos demais conselheiros.O petista Zezéu Ribeiro diz que o governo Wagner tem adotado procedimentos transparentes em relação às suas contas. “É um governo que diariamente publica na Internet seus gastos, o que inclusive impede qualquer maquiagem posterior”, aponta.O secretário da Fazenda Carlos Martins voltou a afirmar ontem que o parecer de Pedro Lino vai na contramão do relatório de 300 páginas contendo um parecer prévio dos auditores do TCE, que afirmam no documento que “o Estado, sob os aspectos formais, cumpriu a todas as exigências da lei de responsabilidade fiscal (LRF) e do manual do Tesouro Nacional”.
Fonte: A Tarde