Redação CORREIO
Os primeiros exames feitos nos corpos de 16 das 228 vítimas do voo AF 447 reforçam a tese de que ao menos parte do Airbus A330 rachou antes de cair no Atlântico. A maioria dos cadáveres foi encontrada despida ou com poucas roupas, sinal de que as vestes podem ter sido arrancadas pelo vento.
Ainda é preciso mapear os assentos dessas vítimas, o que pode indicar a forma como a estrutura se partiu. A perícia inicial permite ainda afastar, ao menos neste momento, a possibilidade de fogo ou explosão na aeronave, uma vez que não foram detectadas queimaduras em nenhum dos corpos. O mesmo acontece com os destroços.
Trinta e sete peças do Airbus recolhidas no mar foram apresentadas ontem à imprensa e não estão chamuscadas. Elas estão dilaceradas, em pedaços de no máximo 3m de comprimento. Quase todos os corpos têm múltiplas fraturas, provavelmente ocasionadas pelo choque com a água em alta velocidade.
A hipótese de afogamento, o que indicaria morte posterior à queda, também está mais distante, já que não havia água nos pulmões das vítimas. A hipótese de que a estrutura do avião rachou é reafirmada ainda pela forma como os corpos foram encontrados.
Eles estavam dispostos em duas linhas, distantes 85km uma da outra. Se o avião tivesse chegado inteiro ao mar, segundo investigadores ouvidos pelo Estadão, os cadáveres estariam próximos. Na sexta-feira (12), mais seis corpos foram encontrados, elevando para 50 o número de cadáveres resgatados.
Fonte: Correio da Bahia