Da Redação
Depois de reconhecer que usou a cota de passagens para mandar a filha ao Havaí, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) admitiu ter usado, em 2004, cerca de R$ 20 mil da verba indenizatória da Câmara para pagar serviços prestados pela empresa Lavorare Produções Artísticas Ltda, de propriedade de sua mulher, Neila Tavares.
Gabeira disse considerar o uso da verba correto, e que a divulgação do dado teve objetivos eleitorais de atingi-lo. Os dados de 2004 não constam do site da Casa. - Essa informação não está publicada. Confirmo porque sou favorável à transparência, só que para todos. Acho que foi correto (contratar a empresa de Neila). Já é ato de campanha. Acham que eu vou concorrer ao governo, eu incomodo. Estou seguro de que houve interesse eleitoral - disse Gabeira.
O deputado alegou que em 2004 ele e Neila eram namorados, não moravam juntos nem dividiam despesas. A verba pagou a criação, instalação e assistência técnica do portal de internet Cidade Sustentável. O portal dá sugestões para prefeitos e vereadores trabalharem a sustentabilidade nos municípios. Segundo Gabeira, em 2005, quando foram morar juntos, ele rompeu o contrato com a empresa.
- Ela era a pessoa mais adequada para entender o meu conceito. Foi um serviço bem feito, com o melhor preço. No Executivo há necessidade de licitação, mas, se houver (no Legislativo), acato - disse. E se defendeu de supostos ataques eleitorais: - Estão surgindo muitas contrainformações, recebo recados de que vão me atacar. Vou responder com transparência, mostrar meu trabalho e o quanto economizo no exercício do mandato. Como reduzo gastos com passagens, selos, funcionários - disse Gabeira, afirmando que devolveu R$ 80 mil de sobras da cota aérea, além dos R$ 6,5 mil da passagem da filha.
Fonte: O Globo (RJ)