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BRASÍLIA - Alexandre Murta de Araújo Rocha, funcionário do gabinete do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), foi mantido no cargo, por meio de um ato secreto do Senado, enquanto disputava uma vaga de deputado estadual pelo PMDB no estado de Alagoas, nas eleições de 2006. A legislação eleitoral determina que ocupantes de cargos de confiança se afastem do posto a partir da data em que registrem suas candidaturas - três meses antes do dia da votação. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Um ato público de 29 de junho de 2006 determinou a exoneração de Rocha do gabinete do senador (nessa época, Renan ainda presidia o Senado). Outro ato, no entanto, com a mesma data, porém só publicado na intranet do Senado em 11 de maio de 2009, alegava "incorreções na publicação" da exoneração do funcionário e estabelecia que a demissão só estaria valendo a partir de 1º de abril de 2007. Dessa forma, Rocha ficou oficialmente no cargo durante as eleições.
Ainda de acordo com o jornal, outras publicações na intranet do Senado mostram que o servidor foi exonerado do gabinete de Renan só em março de 2008. Três meses depois, foi nomeado para o "quadro de pessoal do Senado".
Alexandre Murta de Araújo Rocha não se elegeu deputado estadual. De acordo com a Folha, ele teve 3.106 votos e gastou R$ 13 mil na campanha. Rocha ainda é funcionário do Senado no cargo de assistente parlamentar, com um salário de R$ 2.794,18, mas não fica em Brasília. Segundo a secretária do gabinete de Renan, Rocha trabalha no escritório do senador em Maceió, onde também funciona a sede do PMDB alagoano, do qual Renan é presidente. No diretório, funcionários informaram que Rocha não estava.
Fonte: JB Online