Gabriela Gasparindo Agora
Medida anunciada como obrigatória pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anteontem, a veiculação de mensagens sonoras sobre a gripe suína dentro dos voos vindos de países afetados não aconteceu ontem, segundo passageiros que chegaram do México pela manhã no Aeroporto Internacional de Guarulhos (Grande São Paulo).
A única ação que a Anvisa tomou foi entregar um panfleto sobre a doença. "Pensei que seria recepcionada por médicos, que fariam exames, mas isso não aconteceu", disse a decoradora Maria José de Burgos Ubida, 58 anos.
O engenheiro Francisco Beu, 31 anos, mora no México há três anos e também retornou por medo da gripe. "Não ouvi mensagem sonora.
Os passageiros afirmaram ainda que a tripulação não perguntou se eles tinham sintomas da gripe, o que é importante para a Anvisa tomar medidas preventivas. Segundo a agência de vigilÔncia sanitária, funcionários entram no avião para orientar os passageiros quando a tripulação informa algum caso suspeito.
No final da tarde, o casal Fabio e Luciana Yamamato, ambos de 33 anos, chegou à Cumbica após uma semana em Nova York. Eles nem estavam sabendo do vírus, apesar de a cidade americana ter 51 dos 91 casos confirmados no país. "No aeroporto de lá não tivemos nenhuma informação", disse Luciana. Já a norte-americana Theresa Snow, 49 anos, disse ainda não estar preocupada. "Até agora, só teve a morte de um bebê nos EUA. Ainda não é o momento para tanta preocupação.
Já quem chegou de Buenos Aires, na Argentina, afirmou que a população já usa máscaras na capital portenha, que ainda não teve nenhum caso da gripe confirmado.
Uso da máscara
Funcionários do aeroporto, como faxineiros, mecânicos e auxiliares de limpeza, começaram a usar ontem, pagando do próprio bolso, máscaras de proteção. A auxiliar de limpeza Maria de Fátima Alves da Silva, 49 anos, é um desses empregados. "Tenho amor próprio", disse, contando ter medo de pegar e de transmitir a doença para os filhos. Taxistas que trabalham no aeroporto receberam ontem máscaras da cooperativa.
A Anvisa disse que a informação sobre a ausência de avisos nos voos deveria ser dada pelo Ministério da Saúde. O ministério, por sua vez, afirmou que a Anvisa deveria responder.
Fonte: Agora