Laerte Braga
A empresa seguradora AIG – norte-americana – recebeu 180 bilhões de dólares do governo do seu país para evitar a falência e um efeito cascata sobre o setor financeiro, mais desastroso do que já está o combalido modelo político e econômico dos EUA. Desses recursos recebidos, dinheiro que resulta de pagamento de impostos, taxas, etc, pelo cidadão/ã dito trabalhador 165 milhões de dólares serão pagos em “bonificações” a executivos da empresa, os mesmos que, na opinião dos próprios analistas do setor, levaram a AIG à situação em que se encontra. Para se ter uma idéia do escândalo, os prejuízos da AIG em 2008 foram de 99 bilhões de dólares. Timothy Geithner, secretário do Tesouro do governo Obama protestou junto ao principal diretor da AIG, Edward Liddy e ouviu como resposta que alguns valores poderiam ser a menor, mas os pagamentos teriam que ser feitos para que a AIG não perdesse seus principais executivos. A resposta é um primor de cinismo, em se tratando de uso de dinheiro público – “a companhia correria o risco de perder alguns de seus executivos se eles achassem que a compensação está submissa a um ajuste contínuo e arbitrário por parte do Departamento do Tesouro”. Larry Summers, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, classificou o fato de “um escândalo”, numa entrevista que concedeu à rede de televisão ABC. Mas, sempre o mas, disse em seguida – “os Estados Unidos são um país de leis, há contratos e o governo não pode revogá-los”. Fecha a Casa Branca, entrega a chave para os bancos, seguradoras e montadoras de automóveis. O mercado, o tal deus que resolve tudo. Deixou de lado o modus operandi terrorista de Bush para virar um cacho de bananas. Um senador republicano, partido de Bush, Mitch McConnell disse que a administração “está parada, olhando e acusando o presidente anterior”. Segundo o senador, “na prática os contribuintes americanos reembolsarão alguns “empregados” que nos introduziram nessa confusão”. É que as tais bonificações serão para os dedicados do Departamento Financeiro da AIG, exatamente aquele onde esses sábios da economia travestidos de executivos afundaram a empresa. Num país chamado Brasil, aqui mafiosos padrão Ermírio de Moraes viram geradores de emprego, progresso, tudo com dinheiro do contribuinte, o Fórum dos ex-presos políticos do Estado de São Paulo denunciou que a FIESP – FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE SÃO PAULO – participava do processo de perseguição política durante a ditadura militar. A FIESP associada ao modelo DASLU é o órgão oficial da Cosa Nostra do mercado brasileiro, abriga os maiores pilantras e sonegadores do Brasil, a começar pelo seu presidente Paulo Stak e todos têm orgasmos quando falam em patriotismo, progresso e liberdade com o dinheiro do povo. A FIESP/DASLU faz parte do trio FEBRABAN – FEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS BANCOS – e ANFAVEA – ASSOCIAÇÃO DOS FABRICANTES DE VEÍCULOS AUTOMOTIVOS, vulgo montadoras (de arapucas e pilantragens) –. Um conglomerado de máfias. Em todo caso deixa isso para lá que o dilema agora é saber qual o eliminado ou eliminada do BBB-9 nesta semana. Que “herói” irá sair da casa/bordel e ganhar as páginas das revistas especializadas em ginecologia/pornográfica explícita e depois, por acaso, cair na rede mundial de computadores num vídeo feito sem querer, com a boca na botija. Pastinha em todo caso faz montagem sem conhecimento da vítima, fica calado com qualquer propina de quinhentos ou mil (já é um achado espantoso), adora um decorador profissional e sonha, no máximo, ser vereador. O tal patriotismo é um trem sério. “Tremo pela minha pátria quando me dizem que Deus é justo” – Curcio Romanneti –. “Ainda não chegara a patriota, mas já era bem idiota” – Dryden –. “Não existem patriotas em filas do INPS” – Luís Fernando Veríssimo –. "Não pergunte o que a pátria pode fazer por você. Pergunte o que ela pode fazer por mim." – Fernando Henrique Cardoso, cognominado FHC, superlativo de PhD” – Millôr Fernandes – . Se você não conseguir entrar para o BBB na próxima edição, não esquente a cabeça. Ou faça como o avestruz, enfie a cabeça num buraco e vá trabalhar para o Pastinha. Ou tente uma mutreta padrão FIESP/DASLU, dessas assim como a AIG nos EUA e monte um banco. Se tudo der errado vista verde e amarelo, proclame as virtudes do golpe militar de 1964, classifique o torturador/assassino Brilhante Ulstra como patriota, pai da pátria amada, procure o ministro Nelson Jobim no governo ora para lá, ora para cá do presidente Lula e na pior das hipóteses entre pela porta dos fundos do gabinete de Gilmar Mendes, presidente da STF DANTAS INCORPORATION LTD, deixe uns fundos por lá, naturalmente para o progresso de Diamantino, a liberdade e o patriotismo. Fique tranqüilo, o habeas corpus é garantido. E saia por aí gritando que José Serra é vice deus – deus é FHC – e Aécio Neves é um inocente cercado de montanhas de areias brancas por todos os lados com Gerson Camata de sócio e parceiro. Dá direito a primeira página no O GLOBO. A ser chamado de mola propulsora do progresso pelo Willian Bonner no JORNAL NACIONAL e ser capa da VEJA, no tipo modelo de cidadão/ã e brasileiro/a respeitável. E ainda ganha uma bênção do arcebispo de Olinda e Recife. Ou vire gaúcho/a e vá defender as virtudes da governadora Yeda Crusius, invenção de Itamar Franco – o que pensa que foi presidente da República e mandou Aécio atravessar o Rubicão –. Uma imprudência sem tamanho, Aécio pode achar que Rubicão sejam os anéis de Saturno e aí dana tudo. Para o bem do patriotismo, do progresso e da liberdade convide Ingrid Betancourt para uma palestra no auditório da FIESP/DASLU que a Max Factor e essas produtoras de bugigangas que protegem contra tudo (quem protege você contra elas é outra história) patrocina tudo. É para mostrar como ter malária, hepatite, viver prisioneira na selva por anos a fio e sair linda e exuberante graças ao creme “protetor anti FARCs”. A droga, Uribe garante. Ainda mais agora que ganhou o direito de invadir o Brasil em até 50 quilômetros num acordo com o pilantra/patriota Nelson Jobim.