Laerte Braga
Por maior que seja o poder da mídia no processo de alienação há um componente de cinismo ora explícito, ora disfarçado no cidadão comum que se extasia com toda essa parafernália tecnológica de nada – existe aquela que é de tudo e no caso não é parafernália –. Quando se reclamava da má qualidade dos programas de televisão, isso na década de 60, Sérgio Porto dizia que era simples – “basta apertar o botão de desligar”. O cidadão que vai até o candidato, época de eleição, pede um saco de cimento, uma quantidade xis de tijolos, etc, sabe que está tirando proveito de uma situação – o período eleitoral – e conta com aquilo para um puxadinho, ou o que seja. Um emprego para o filho ou a filha. Isso por baixo, no mais simples, no mais corriqueiro, comum, deixando de lado as grandes trapaças entre grandes coronéis da política e eleitores que se submetem em função de interesses pessoais ou de grupos, sem qualquer preocupação com a coisa pública, o futuro, o que seja, até pelo contrário, exibindo aquele ar triunfal de quem chegou, conseguiu. Todos os eleitores de Edmar Moreira sabiam do tal castelo, mas todos se sentiam parte do dito cujo, nem que se lhes coubesse, como se lhes cabe, o papel de servos, os que vivem ao redor em torno das migalhas. João Ubaldo Ribeiro andou escrevendo sobre isso quando tratou do tema corrupção. É difícil exigir que um bandido montado em bilhões, caso de Daniel Dantas, fique preso, se o distinto aqui embaixo tenta subornar o guarda porque a data da carteira de habilitação está vencida. Ou passa por baixo dos panos uns quinhentos para o Pastinha sossegar uns dias e só voltar na semana que vem e ignorar a sonegação. Uma cultura cínica que o feio é perder e vale tudo para chegar lá. Não importa o que, vale tudo. O BBB é o exemplo mais claro disso e agora o concurso que escolhe as garotas que vão ao programa dito humorístico Casseta e Planeta. Segundo o portal GLOBO elas “fazem de tudo para conseguir chegar ao Casseta”. Em Israel jovens andam pelas ruas com camisetas conclamando a matar uma palestina grávida por dia, pois assim, com um só tiro, estarão sendo mortos dois “inimigos”. Só comprova que na questão do holocausto, uma realidade, ele só aconteceu porque Hitler venceu. Fosse o contrário, como agora na Palestina, haveria como existe o mesmo holocausto e a mesma barbárie, com os mesmos métodos, porque sionistas e nazistas são iguais. O grande triunfo do modelo político e econômico foi o de fazer o cidadão acreditar nos tais quinze minutos de glória e sucesso previstos por Andy Wahrol. A ditadura da imagem, do sucesso, o fetiche do consumo desvairado, nem que seja necessário andar pela rua como se fosse uma vitrine de cores e berloques, mas dentro dos padrões determinados pelo sucesso. O cidadão, por exemplo, que vai ao Rio contrata uma dançarina de determinado programa de televisão a tempo certo e altos salários e leva para sua cidade, distribui fotos aos colunistas sociais – fotos de book – e proclama que estão vivendo um “tórrido amor”. Somem os parâmetros de normal e anormal, de real e irreal. Misturam-se. A expressão felicidade ganha a dimensão de hoje e agora o resto depois eu vejo sem perceber o lixo que vai ficando pela estrada e vai ter que ser catado, até porque o modelo é impiedoso e vai exigir a limpeza. Há uma data de validade para esse tipo de gente. E nesse caso nem personal trainner dá jeito. Esse é só um adereço para eventuais casos românticos, nada mais que isso. Importante é que quando o pastor gritar que as casas no céu estão à venda o distinto ou a distinta mexa no bolso e doe o que pode e não pode, mas saia absolvido e com garantias da moradia futura. E de um futuro que ninguém pensa, daqueles que a gente acha que só acontece com o outro. Que o digam os bancos norte-americanos que financiaram imobiliárias. Aí, um fascista com passado pela juventude hitlerista, vai a África, falo de Bento XVI, diz um monte de asneiras a milhões de pessoas sofridas e marcadas historicamente pela escravidão, pela fome, pela miséria, doenças, pelas ditaduras, vender a idéia da modernidade nesse monte de máquinas que os bancos usam para dispensar bancários e transformar o mundo em agências bancárias onde você enfrenta filas que nos cartazes não deveriam existir, mas existem e como existem. É compreensível que os franceses, boa parte dos católicos naquele país, queiram a renúncia do papa. Não é um papa, é um homem de negócios a serviço dos mais sórdidos interesses do capitalismo. Só um Edir, falo do Macedo – gosto de explicar para que não haja confusão com o quinhentinho - com paramentos e mais história, nada além disso. Mais pompa. As hordas de assassinos sionistas de Israel continuam demolindo casas, matando homens, mulheres e crianças – agora com direito a camiseta – tudo com o aval de Barak Obama, representante da vaselina Johnson and Johnson – Lula já provou dela – encantando o mundo como aquele cara que levanta serpente dormindo no fundo do jarro com sua flauta. A flauta de Obama é o parecer ser negro e de origem pobre, enquanto é branco e grudado no sionismo através da senhora Hilary Clinton. O Irã não mordeu a isca, aquele negócio de maçã maravilhosa que bruxa (ao papa aí) oferece a Branca de Neve. É isso que explica um Berlusconi primeiro-ministro da Itália e isso que explica todo esse aparato para demitir o delegado Protógenes Queiroz dos quadros da Polícia Federal. Pô o cara foi mexer com um banqueiro amigo de FHC que o considera “brilhante” e ainda por cima não levou em conta que a quadrilha tem Gilmar Mendes na presidência da STF DANTAS INCORPORATION LTD. E é o que explica as pesquisas IBOPE/DATA FOLHA mostrando figuras como José Serra liderando a corrida presidencial. Hélio Costa liderando em Minas. A empresa PSDB (tucano é marca de fantasia) liderando em vários estados inclusive São Paulo e faz com que figuras como José Sarney e Michel Temer presidam as duas casas do Congresso, promovam censura para não desagradar ao capo Gilmar Mendes e aqui embaixo todo mundo se desespere entrando na fila às cinco da manhã para pegar a liquidação das Casas Bahia. Cinco da manhã na véspera. A reação de povos como os da Venezuela, da Bolívia, do Paraguai (José Serra pagou a ABRIL para fazer um mapa da América do Sul e o Paraguai sumiu), do Equador, da Nicarágua, de El Salvador, o sentimento de respeito que parcelas da população começam a exigir na luta contra o modelo de empresas/quadrilhas, sociedade de espetáculo, de imagem, de fetiches, de fome, miséria, corrupção, tudo isso sinaliza em duas direções. No Brasil o mundo institucional faliu, acabou, está podre, não tem recuperação. Morreu e continua respirando de teimoso de cínico. A segunda, que a saída não está no jogo democrático montado e desenhado pelos donos. Mas na luta popular não importa de que forma. Do contrário daqui a pouco Lula chama o advogado geral da União e manda convocar Brilhante Ulstra para a ativa novamente e enquadra todo mundo. Ou o próprio Gilmar Mendes faz isso, manda o torturador entrar pela porta dos fundos. Um cidadão, no antigo estado do Espírito Santa, hoje latifúndio ARACRUZ/VALE/SAMARCO/CST foi escravo durante anos a fio de um desses defensores de Deus, pátria, liberdade e família, mas a dele. E está tranqüilo tem uma bancada no Congresso para defender os seus interesses. Em último caso é só fazer como o prefeito tucano de Unaí, manda matar os fiscais. Fica do mesmo tamanho, não acontece nada. Mas não mexa com Daniel Dantas. Dá galho. No meio disso tudo Lula, cada vez mais banana, sem perceber a dimensão de sua responsabilidade o real significado do desastre sem volta que seria a eleição de Serra para a presidência. Ou que será. Ele e o seu PTSDB. Ou acorda ou vai virar a Bela Adormecida nessa história. A camiseta que soldados e jovens terroristas de Israel vestem conclama o cidadão a matar mulheres grávidas. Deve ser indicação do “deus” do povo eleito, o que mora em Wall Street.