quinta-feira, março 26, 2009

Dentro da Daslu: desconforto velado

por Sarah Lee, redação ONNE

Clima no templo do luxo é de aparente normalidade no dia em que empresária Eliana Tranchesi foi condenada a 94 anos de prisão
“Desconforto velado” é o melhor termo para descrever o clima da Villa Daslu na tarde em que Eliana Tranchesi, dona do templo do luxo, foi presa e sentenciada a 94,5 anos de prisão.À primeira vista, o elegante espaço de três andares recheados de grifes internacionais funcionava normalmente. O estacionamento em frente ao prédio estava com as cerca de 15 vagas ocupadas por carros importados, enquanto no interior, as clientes pareciam bem à vontade, dando risada e carregando sapatos Brian Atwood e calças Dolce & Gabbana, atendidas pelas simpáticas e atenciosas dasluzetes.
Qualquer insinuação sobre o acontecimento do dia, porém, era suficiente para causar um clima de desconforto. A reportagem do ONNE, não-identificada como equipe de jornalismo, conversou com três atendentes, uma copeira e um recepcionista, perguntando sobre o por que do pouco movimento do dia. As respostas eram monossilábicas, de “sim” e “não”, e as expressões de nervosismo eram claramente perceptíveis.A única menção ao nome de Eliana Tranchesi foi por parte do taxista que atendeu a reportagem do ONNE no fim do “passeio” pelos três andares da Villa Daslu. Questionado se teria percebido a baixa movimentação do dia, ele afirmou que o movimento na garagem subterrânea do espaço parecia normal, mas que talvez tivesse sido prejudicado “por causa da mulher que foi presa”.Entenda o casoEliana Tranchesi foi presa e condenada a 94,5 anos de prisão sob a acusação de formação de quadrilha, falsidade ideológica e descaminho (fraude em importações).
Irmão de Tranchesi e ex-diretor da empresa, Antonio Carlos Piva de Albuquerque recebeu a mesma sentença de 94,5 anos. Outros cinco nomes acusados de envolvimento no caso tiveram o pedido de prisão expedido.Em nota publicada por volta das 14h e mais tarde retirado do site da Daslu, a diretora Donata Meirelles escreveu: “A Daslu está profundamente triste pela condenação de Eliana Tranchesi e considera o seu pedido de prisão uma medida excessiva e injusta, pois Eliana vem colaborando com as autoridades e cumprindo rigorosamente as suas determinações.Todos na empresa estão unidos em seu apoio e empenhados em dar continuidade ao seu trabalho, que criou no Brasil um empreendimento de sucesso reconhecido internacionalmente. Seu espírito e seu talento fazem imensa falta a Daslu, mas, enquanto aguardamos o seu retorno, as atividades da empresa continuarão normalmente.”Em meio a um tratamento de câncer pulmonar, Eliana Tranchesi deve usar o laudo médico que relata o estágio avançado da doença para tentar a sua soltura imediata.
Fonte: msn.onne.com.br