terça-feira, março 31, 2009

Bahia registra 430 casos de dengue por dia

Valmar hupsel filho
Joa Souza / Agência A TARDE

Cecile Prates Nascimento, de apenas seis meses, e Amanda Silva, de 7 anos, que morreram nesta segunda, 30, em Itabuna, podem ser as mais recentes vítimas de dengue na Bahia. Apesar de a doença constar como causa da morte nos seus respectivos atestados de óbito, elas ainda não estão nos registros da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). O último boletim epidemiológico, divulgado nesta segunda, em Salvador, informava que, dos 65 óbitos notificados no Estado, 29 foram confirmados até a terceira semana de março. É uma média de duas mortes a cada cinco dias. Itabuna é o município que tem o maior número de óbitos confirmados, com oito de 13 notificações, incluindo-se aqui as meninas Cecile e Amanda. Em seguida vem Porto Seguro, com cinco mortes notificadas, todas confirmadas, Jequié (11 notificações, 3 confirmações) e Salvador (7 notificados e 3 confirmados). “Além dos pacientes da cidade, que vive uma epidemia, Itabuna recebe casos graves de toda a região porque é uma cidade-polo”, justificou o secretário de Saúde de Itabuna, Antônio Vieira, em entrevista concedida no dia 19 de março. Das vítimas de ontem, uma era de Itororó e outra de Uruçuca. De acordo com o boletim, já passou de 32 mil o número de casos de dengue notificados na Bahia em 2009. Até a terceira semana de março, a Sesab registrou 32.306 notificações em 262 (65%) municípios baianos. Isso significa que, nos primeiros 75 dias deste ano, a Bahia registrou uma média de aproximadamente 430 novos casos de dengue a cada dia. O número que pode ser ainda maior por conta das subnotificações e casos menos graves, quando o paciente é tratado em casa mesmo.
Os casos referentes às 10 primeiras semanas de 2009 representam um aumento de 305% com relação ao mesmo período de 2008, quando foram registrados 7.975 casos. Em menos de três meses, os números referentes a 2009 já se aproximam do total de casos registrados em 2008, quando foram notificados 37.273 doentes. Os casos graves notificados da doença já ultrapassam 600, mas até agora a Sesab confirma 248. CRESCENTE – “Nós certamente ultrapassaremos os números de 2008, mas ainda não sabemos se alcançaremos os registros de 2002, que foi o pior ano, com mais de 80 mil casos”, avaliou o secretário de Saúde do Estado, Jorge Solla. Ele observou que, nos 15 anos em que a Bahia convive com a doença, o período crítico da dengue costuma se estender até maio, quando então o número de casos tende a decrescer. De acordo com o secretário, o município de Jequié, que até as duas primeiras semanas de março havia registrado quase sete mil casos de dengue, vem apresentando “redução importante” na última semana. Mas o boletim da Sesab não informa o quantitativo exato de registros da última semana para que se tenha a exata noção desta redução. “Falei hoje (ontem) com a secretária de Saúde do município e ela disse, inclusive, que já pretende fechar um posto de atendimento”, disse Solla. Apesar das duas mortes registradas em Itabuna, ontem, Jorge Solla considera que a situação no município é “mais confortável do que em períodos anteriores”. Para o município, a Sesab ampliou a capacidade de atendimento com a abertura de centros de hidratação no Hospital de Base, São Lucas e na sede da 7ª Dires. Quatorze profissionais, entre médicos e enfermeiros, da Aeronáutica reforçam o atendimento no município.Solla informa ainda que a Sesab está reforçando o atendimento no hospital municipal de Eunápolis e nos municípios de Jacobina e Irecê, que são, ambos, polos regionais e para onde estão sendo enviadas poltronas de hidratação. Capital – Em Salvador, onde, dos 81 casos graves de dengue, 31 foram confirmados, o secretário Jorge Solla informa que foram inaugurados três centros de hidratação: um na Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana), em frente ao Hospital João Batista Caribé; nos hospitais Geral do Estado (HGE) e Roberto Santos. Jorge Solla promete para até sexta-feira a inauguração de mais cinco pronto-atendimentos (PAs), com salas de hidratação com 10 poltronas cada, nos bairros de Plataforma, Curuzu, Cajazeiras, Pirajá e São Caetano.
Fonte: A Tarde