Mariana Pintodo Agora
Pessoas que tiveram um AVC (acidente vascular cerebral) têm grandes chances de passar pelo problema novamente se não tomarem medidas de precaução, como fazer o controle da pressão arterial, ter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos.
Na semana passada, a doença causou a morte do deputado federal Clodovil Hernandes (PR-SP), 71 anos. O estilista e parlamentar não resistiu ao segundo derrame. O primeiro ocorreu em 2007, provocado pela pressão alta.
O deputado, que foi enterrado no último dia 19, teve uma parada cardíaca quando era levado por médicos para uma sala onde seria feita a retirada de seus órgãos para transplante. A morte cerebral dele havia sido constatada pelos especialistas horas antes da parada cardíaca.
"Os derrames cerebrais são divididos em dois tipos: o AVC isquêmico e o AVC hemorrágico. Ambos são causados por alterações nos vasos sanguíneos que irrigam o encéfalo", afirma Alessandro Blassioli, neurocirurgião e coordenador de Neurocirurgia do Hospital Estadual Regional Sul (zona sul de São Paulo).
Segundo o médico, o AVC isquêmico é o mais comum. "Ele ocorre com o entupimento de uma artéria que pode ser do pescoço (carótida ou vertebral) ou de uma artéria interna da cabeça, que limita parcial ou totalmente a chegada de sangue a uma parte do encéfalo."
Sintomas semelhantesDe acordo com o neurocirurgião, no AVC hemorrágico há ruptura de um vaso no cérebro e sangramento. "Os sintomas do hemorrágico e do isquêmico podem ser semelhantes. Pode ocorrer dor de cabeça, vômitos, rigidez na nuca, desmaio ou coma."
A neurologista Ana Paula Dias, do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos (zona sul de SP), diz que os fatores de risco do primeiro AVC são os mesmos que provocam o segundo episódio. "Diabetes, tabagismo, sedentarismo, alcoolismo e hipertensão arterial são fatores de risco."
De acordo com ela, o socorro imediato de quem está sofrendo um AVC é fundamental. "A medicação usada para quebrar o coágulo deve ser administrada em até três horas após o AVC. Depois disso, ela não pode ser aplicada", afirma a neurologista.
"A causa mais comum de acidente vascular cerebral é a hipertensão arterial crônica, pois geralmente é silenciosa e não provoca sintomas no dia a dia. Muitas vezes a primeira manifestação é o próprio derrame", diz o neurocirurgião.
Entre as sequelas do derrame cerebral estão a perda de movimentos do corpo, dificuldade para falar, dificuldades de compreensão e alterações visuais. O tratamento varia conforme a área do cérebro que foi afetada pelo acidente vascular cerebral.
Fonte: AGORA