Valmar Hupsel filho, do A TARDE
Um mandado de segurança impetrado pelos prefeitos João Gualberto (PP), de Mata de São João, e Ricardo Grey (PSC), de Santo Amaro, na 8ª Vara da Fazenda é o novo capítulo no imbróglio que envolve a disputa para a presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB). Os prefeitos querem anular a decisão que dá direito a voto a ex-prefeitos na eleição marcada para o dia 28.Até a próxima sexta-feira, a prefeita de São Sebastião, Tânia Portugal (PCdoB), também deverá ingressar com peça jurídica semelhante e com mesmo teor, segundo sua assessoria jurídica.
Desfiliação – No final da tarde, o deputado Paulo Rangel, líder do PT na Assembleia Legislativa, colocou lenha na fogueira ao declarar em plenário que, caso os ex-prefeitos permaneçam com direito a voto, o PT e seus aliados iriam se desfiliar da UPB. “Não há espaço”, resumiu o deputado petista.As declarações de Rangel foram prontamente rebatidas pelo prefeito de Bom Jesus da Lapa, Roberto Maia (PMDB), que é candidato à presidência da UPB. “Paulo Rangel não é prefeito e, portanto, não tem autoridade para entrar nesta discussão que é restrita aos prefeitos”, disse. Ele reafirma que o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), também candidato a presidente da UPB, estava na reunião que decidiu pela participação de ex-prefeitos na votação para UPB “e não emitiu qualquer opinião”, disse. Caetano afirmou que outros prefeitos pretendem entrar na Justiça para pedir a anulação da decisão. Reunião – Para o prefeito de Santo Amaro, Ricardo Grey, a decisão que garantiu a participação de ex-prefeitos na votação para a presidência da entidade não tem legitimidade, por ter sido feita de forma “obscura” e contar com menos de 40 prefeitos, em um universo de 417 municípios baianos.“Naquele momento, o estatuto da UPB foi rasgado, dando poder a prefeitos que encerraram o mandato em 2008”, disse. Ele conta que participou da reunião e, na ocasião, pediu a palavra, que lhe foi negada sob o argumento de que ele ainda não tinha tomado posse. “A UPB é uma união dos municípios e não de prefeitos e ex-prefeitos. Este casuísmo é um desrespeito à população dos municípios”, comentou João Gualberto, prefeito de Mata de São João.
Fonte: A Tarde