Rita Conrado, do A TARDE
Lourival Custódio, do A TARDE
Eleito presidente da União dos Municípios da Bahia, Roberto Maia (PMDB) comemora a vitória
O processo democrático que culminou na vitória do prefeito de Bom Jesus da Lapa, Roberto Maia (PMDB), na disputa pela presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB), na quarta-feira, 28, teve bastidores recheados de acusações sobre ingerências do governo do Estado e do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) no voto dos prefeitos.
Com a diferença de 12 votos, Maia foi eleito presidente da UPB, definindo a disputa que representou não só o interesse de comandar a entidade que congrega 386 prefeituras, mas também a medição de forças entre os dois principais partidos da base de sustentação do governo Wagner, o PT e o PMDB.
A votação prosseguiu por todo o dia com o acompanhamento de centenas de cabos eleitorais dos dois candidatos. A contagem de votos revelou uma disputa acirrada, onde os gritos da plateia, num auditório lotado, seguiam o anúncio de cada voto retirado da urna.
Ao final, ficou registrada a presença de 369 prefeitos dos 386 aptos a votar. Uma ausência de 17 prefeituras. O prefeito Roberto Maia (PMDB), de Bom Jesus da Lapa, ganhou a eleição para a presidência da entidade com 188 votos, enquanto o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), obteve 176. A comissão eleitoral contabilizou três votos brancos e dois nulos. Farpas – O aparente equilíbrio, reforçado por declarações dos dois candidatos sobre a possibilidade de trabalharem juntos pela UPB, independentemente do resultado, e das fotografias em que posaram juntos para jornalistas, camuflava uma movimentação de bastidor que envolveu até o presidente do Tribunal de Contas dos Municípios, Otto Alencar. O ministro Geddel disse, em entrevista, que achou “muito estranha a excessiva movimentação” do presidente do TCM na campanha de Luiz Caetano. Alencar reagiu, dizendo não aceitar que o ministro colocasse sob suspeição sua atuação como conselheiro. Ao final da eleição, acusações já eram trocadas por partidários dos dois candidatos. “A diferença foi pequena. Mas tem de se levar em conta que havia um ministro telefonando para os prefeitos”, alfinetou o deputado federal Nelson Pelegrino (PT), que, como os também deputados federais Zezéu Ribeiro (PT) e Daniel Almeida (PCdoB), além do presidente estadual do PT, Jonas Paulo, e do deputado Yulo Oiticica (PT), acompanhou a votação. O presidente do PMDB, Lúcio Vieira Lima, comemorou o resultado, obtido, segundo ele, apesar do apoio da estrutura do governo ao candidato do PT. “Não acho que isso foi uma disputa entre PT e PMDB, muito menos entre o governador Jaques Wagner e o ministro Geddel Vieira Lima, como andam falando por aí”, afirmou. “Se fosse, então o ministro teria obtido um melhor resultado”, ironizou.
Fonte: A Tarde