Thais Rocha, do A TARDE
Sebastião Bisneto / Agência A TARDE
Geddel evita falar em candidatura para governador
Do DEM ao PT, a aliança que o PMDB buscará em 2010 na Bahia ainda é uma incógnita. Este foi o posicionamento do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, em entrevista, nesta segunda, 26, em uma rádio local. “As alianças de segundo turno, normalmente, acontecem com pessoas que têm pensamento diferente dos nossos, foi o caso do segundo turno em Salvador. Aquela foi uma aliança que termina ali e não tem necessariamente vinculação com 2010”, disse.
O ministro não descarta, porém, a possibilidade de unir-se aos Democratas, mas evita falar da possibilidade de sair candidato com o deputado ACM Neto (DEM) como vice. Isso porque, para Geddel, a possibilidade de reeditar a dobradinha com o PT que levou à vitória de Jaques Wagner também não está descartada. “Vamos avaliar, se as propostas estão em sintonia, como estivemos em 2006 e no momento certo é que vamos discutir, vamos tratar deste assunto sem polêmica”, completou.
Política agrícola – Para a política estadual, Geddel defendeu o desenvolvimento agrícola. “Metade de nosso território está no semi-árido. Podemos ter, no campo, geração de empregos importantes, com a preservação das pessoas nos locais onde nasceram e cresceram”, sugere. Esta política, segundo o ministro, ajudaria na redução do fluxo migratório e provocaria o desenvolvimento de municípios médios de todo o Estado. “Hoje, procuramos conhecer cada vez mais a Bahia para dar sugestões e contribuir de alguma forma”. Neste sentido, o ministro destaca as obras de projetos de irrigação realizadas com recursos do Ministério da Integração nas regiões de Baixios de Irecê e do Projeto Salitre, obras que estavam paralisadas na gestão do ex-ministro Ciro Gomes. Geddel insiste em dizer que as obras e projetos à frente do Ministério são, hoje, seu assunto preferido, mas as articulações sobre 2010 foi o assunto mais comentado por ele durante a entrevista. Reafirmou declarações de que não sairá novamente candidato a deputado federal e disse ficar envaidecido com os comentários sobre o seu nome. “Considero natural este tipo de especulação política, sobretudo quando ocupamos cargos de destaque na equipe de governo”, disse. Mas, segundo o ministro, ele não pode falar sobre assuntos que fogem ao seu controle. Ele cita como exemplo, o estouro de uma crise econômica internacional em um momento em que o Brasil registrava picos de crescimento econômico. “O trabalhador podia ver a produção crescendo e, hoje, observa a possibilidade de perder o emprego”, exemplifica.O mesmo ele fala sobre o seu futuro político. “Não estou fugindo do meu estilo quando digo ´está muito cedo´, mas existem fatores que não dependem da minha vontade para serem definidos. No momento oportuno vou me posicionar”, completou. Câmara – Sobre a polêmica acerca das eleições da Câmara Municipal de Salvador, o ministro foi enfático ao defender a manutenção do espaço político do PMDB que, segundo ele, foi conquistado através da eleição do vereador Alfredo Mangueira. “O partido é a maior bancada da casa na base de sustentação do prefeito e teria direito de escolher quem seria o presidente pelo princípio da proporcionalidade”. A renúncia do presidente eleito, segundo o ministro, não credencia o primeiro-vice-presidente para assumir integralmente o cargo. “O que eu esperava daqueles que ajudaram a apoiar o prefeito João Henrique, que é o caso do DEM, seria reconhecer o espaço político do PMDB”.