BRASÍLIA - Diante das especulações de que o senador José Sarney ainda pode se candidatar ao comando do Senado, o presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), reafirmou ontem sua candidatura em carta enviada a cada um dos senadores. Lembrando que seu nome foi escolhido por unanimidade em reunião da bancada realizada em dezembro, Garibaldi afirmou: "apresento-me, mais uma vez, diante dos Colegas com o pleito de renovar a mesma confiança que já me foi uma vez afiançada". Garibaldi repete o gesto de Tião Viana, que, na segunda-feira, enviou a cada senador uma carta reafirmando sua candidatura.
Na carta, Garibaldi insistiu que dispõe de vários pareceres jurídicos que dão amparo legal à sua candidatura à reeleição. Citou os nomes de cinco juristas - Francisco Rezek, Luiz Roberto Barroso, Maurício Corrêa, Manoel Gonçalves Ferreira Filho e Diogo de Figueiredo - que deram pareceres favoráveis à sua reeleição.
Garibaldi lembrou que em dezembro, na reunião da bancada do PMDB, o senador José Sarney afastou a possibilidade de voltar a presidir o Senado."Senador, cujos méritos políticos e dignidade pessoal lustram as melhores páginas de nossa história, declinou enfaticamente do convite, razão por que julguei de meu dever pôr meu nome à disposição da Bancada e, em seguida, submetê-lo à apreciação das Senadoras e Senadores", disse.
A atitude de Garibaldi Alves reforça a posição da bancada do PMDB de não abrir mão para o PT da prerrogativa do partido de indicar o futuro presidente da casa. O PMDB é a bancada majoritária e, regimentalmente, tem o direito de se manter a frente do Senado.
Apesar dos argumentos de Garibaldi sobre a legalidade da sua reeleição, senadores do PSDB estão inseguros sobre a possibilidade de um questionamento jurídico caso venha a ser eleito. Pelos pareceres, qualquer mudança numa eventual reeleição de Garibaldi só poderá ser questionada após o dia 2 de fevereiro, data em que se travará a disputa pelo comando do Senado.
Fonte: Tribuna da Imprensa