Isabela Vieira Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro - As ações de combate à crise financeira mundial devem ser prioridade nos primeiros dias de gestão do novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que tomou posse hoje (20). No entanto, ele provavelmente não terá nenhuma solução imediata para resolver problemas graves, conforme o próprio Obama enumerou em seu discurso de posse.Para solucionar questões complexas, decorrentes da crise como o desemprego, o professor de economia do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) Gilberto Braga avalia que serão necessárias medidas duras e rápidas, mas que levam um tempo para apresentar resultados.“Acho que ele não tem coelhos na cartola ”, afirmou. “Mesmo tido como salvador da pátria, imprimiu hoje, de uma maneira, digamos implícita, que a situação é difícil e que não haverá mágicas como uma solução em curto prazo." O economista explicou que medidas econômicas demoram para apresentar resultados. Mudanças nas taxas de juros, por exemplo, levam até seis meses para ter efeitos no dia-a-dia das pessoas com o barateamento dos empréstimos bancários. “Outras medidas como a participação do Estado na economia e na geração de emprego levam mais tempo ainda para se propagar”, acrescentou. Professor da PUC-Rio, Ricardo Ismael também alerta que a crise ainda é “instável” e que Obama deve tratar de recuperar a confiança nos mercados financeiros, oferecendo também credibilidade aos correntistas. “A questão agora não é regulamentar o sistema financeiro. Isso vai acontecer, mas diante a gravidade, cabe salvar o sistema financeiro”.Para isso, Ismael avalia ainda que o novo presidente também precisará dialogar. “É claro que isso é uma questão política”, disse. Embora o partido de Obama (Democrata) tenha maioria no Congresso, terá que lidar com a oposição (Partido Republicano). “E terá que convencer e mostrar como suas medidas poderão dar certo”. Ele também estima que as soluções para os problemas norte-americanos sejam de médio e longo prazo. E avalia que este ano, dificilmente, outras questões como o aquecimento global e temas relativos aos direitos humanos tenham a mesma importância da agenda econômica. "Existem expectativas em torno do governo de Barack Obama quase paralelas à mesma frustração que o governo do ex-presidente [George W. Bush] provocava”, afirmou.
Fonte: Agência Brasil »
Revista Jus Vigilantibus,