quarta-feira, dezembro 31, 2008

Prefeitura confirma DEM em dois cargos

Patrícia França A TARDE
Pelo menos dois democratas já estão confirmados para integrar o segundo escalão do governo do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB): Cláudio Tinoco, primeiro suplente de vereador em Salvador, que vai dirigir a Saltur (Salvador Turismo) – nome que a extinta Emtursa terá na nova administração –, e Leonardo Prates, assessor parlamentar do deputado federal ACM Neto, que ocupará um cargo no gabinete do prefeito ou na Casa Civil. Embora o prefeito tenha anunciado que só divulgará os nomes dos titulares dos cargos de segundo escalão nesta quinta-feira, dia 1º – quando toma posse do seu segundo mandato junto com os 41 vereadores da próxima legislatura –, A TARDE apurou, com fonte do Palácio Thomé de Souza, que a indicação dos democratas foi acertada no encontro, ocorrido na segunda-feira, 29, pela manhã, entre o prefeito e o deputado ACM Neto.A aliança do PMDB com o DEM foi decisiva para assegurar a vitória de João Henrique no segundo turno das eleições municipais. Embora o apoio do Democratas não tenha sido condicionado a cargos no primeiro escalão, ACM Neto tem colocado, nas conversas que tem tido com João, que o DEM detém conhecimento e experiência comprovada em várias áreas e que está “absolutamente à disposição para colaborar nas missões que o prefeito entender”.Indagado sobre nomes acertados, o deputado se esquivou, alegando respeito à hierarquia. Mas citou o turismo, “carro-chefe da administração do ex-governador Paulo Souto”, como uma dos setores em que o DEM pode ajudar a futura administração. “Realizamos muito nesta área e temos grandes realizações com o trade turístico”, disse Neto. Cláudio Tinoco leva para a prefeitura a experiência de 17 anos de vida pública. Ocupou uma das diretorias da Secretaria de Administração do governo do ex-prefeito Antonio Imbassahy e foi superintendente de Articulação Municipal na Secretaria Estadual de Educação durante o governo de César Borges. Na gestão do ex-governador Paulo Souto, ocupou a Chefia de Gabinete do secretário de Infra-estrutura, tendo sido titular da pasta por nove meses.Membro da Executiva Municipal DEM e vice-residente Nacional da Juventude Democratas, LeonardoPrates foi coordenador político da campanha de ACM Neto no primeiro turno e, a convite da direção do PMDB, integrou a campanha de segundo turno de João Henrique. A ida de Prates para a administração municipal foi um convite pessoal do prefeito, não estando, portanto, nas negociações partidárias.FECHADO – Ao confirmar, nesta terça, 30, o nome de Antônio Brito para a pasta do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad) – que, cogitou-se, ficaria com Neemias dos Reis Santos (atual secretário de Promoção da Cidadania) –, o prefeito João Henrique fecha a montagem do seu secretariado, agora reduzido a 11 titulares. O procurador Geral, Pedro Guerra, foi mantido no cargo, e o presidente da Câmara Municipal, Valdenor Cardoso, indicado para a Ouvidoria Geral.Antonio Brito é filho do vice-prefeito, Edvaldo Brito (PTB), e presidente das Santas Casas de Misericórdia e Fundação José Silveira. A relação de parentesco direto entre os dois remete a situação semelhante ocorrida no governo de João. O vice-prefeito Marcelo Duarte (PSDB), que nesta terça, 30, cumpriu o último dia no cargo, já que o novo titular assume no dia 1º, teve dois filhos na administração municipal: o ex-secretário de Transporte e Infra-estrutura, Nestor Duarte Neto, e o presidente da Prodasal (a empresa de processamento de dados), Márcio Duarte.Na época, o parentesco foi objeto de questionamentos do Ministério Público que entendeu haver prática de nepotismo. Decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), condenando a prática nos três poderes, deixou de fora os cargos em comissão no âmbito de ministros e secretários. No caso de vice-prefeito, explica o professor-doutor em Direito da UnB (Universidade de Brasília), Augusto Aras, o entendimento é que, como não exerce cargo público, apenas tem o mandato, a lei do nepotismo não se aplica. Contudo, diz, há um movimento para que a lei seja mais ampla, atingindo dirigentes partidários em cargos públicos.
Fonte: A Tarde