Da Redação
Brasília - Se aprovado pelo Congresso, o projeto que abre uma "janela" para a infidelidade partidária reinstituirá uma prática recorrente no cenário político brasileiro, mas que passará a ser operada sob outra lógica.
Tradicionalmente, deputados e senadores costumavam trocar de partido logo depois de eleitos ou nos primeiros anos da gestão. Embalados pelo resultado eleitoral, muitos se moviam com o objetivo de engrossar a base governista da ocasião e assim obter mais vantagens ao longo do mandato.
Agora, o projeto em discussão prevê que o congressista teria de permanecer quase três anos no partido pelo qual foi eleito, com a possibilidade de trocar de legenda faltando 13 meses para a próxima eleição. No Congresso, o comentário é que, se aprovada, a proposta instaurará uma nova modalidade: o "fisiologismo do futuro". Porque os políticos terão de definir em qual grupo vão se posicionar (e obter benesses) antes do resultado das urnas.
"O deputado vai ficar fazendo conta sobre como [em que grupo] será mais fácil se reeleger. Isto é um rebaixamento do processo político", criticou o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), uma das poucas vozes contrárias à idéia. A bancada do PSDB está dividida.
"O projeto abre caminho para os políticos mudarem de partido de acordo com interesses eleitorais, promessas e negociações. Continua a mixórdia da política", acrescenta o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).
Fonte: Jornal Pequeno (MA)