Mais uma localidade é atendida por veterinários que operam nas unidades móveis do Sertão Produtivo, para promover o cadastramento de caprinos e ovinos, além de contribuir para o estudo e controle sobre a incidência de doenças e enfermidades que acometem o plantel. Na última semana uma equipe da Adab, órgão vinculado à Seagri, realizou um Dia de Campo na comunidade Quilombola do Alegre, localizada no município de Itaguaçu da Bahia, na região de Irecê, que reuniu mais de 100 produtores familiares, remanescentes do quilombo. Segundo o coordenador regional da Adab, Benedito Paulo Teixeira, um total de duas mil propriedades e 342 criadores já foram cadastrados, sendo 47,89 mil caprinos e 38,2 mil ovinos. “O cadastramento foi feito em quase todo o município de Itaguaçu e servirá para controlar a Linfadenite Canceosa, popularmente conhecida como ‘mal do caroço’”, exemplificou. Teixeira revelou que as lesões provocadas pela doença, nem sempre são visíveis e acometem também a parte interna do animal. As pessoas também foram orientadas sobre a vacinação preventiva e as formas de aquisição desta para controle do rebanho. Na ocasião, a engenheira agrônoma da Seagri, Karina Moreira Cezimbra, apresentou à comunidade, os principais programas desenvolvidos pela Suaf, dando ênfase ao Sertão Produtivo. O programa visa o fortalecimento das principais cadeias produtivas, com destaque para a ovinocaprinocultura, por meio do melhoramento genético. Ela ainda anunciou a distribuição de 310 animais, entre matrizes e reprodutores, para o município de Itaguaçu, beneficiando 60 famílias. Os caprinos e ovinos estão sendo adquiridos por licitação, pela Seagri, e deve ser distribuídos em dezembro. Dentro da programação foram apresentadas peças teatrais alusivas à campanha contra a febre aftosa, mostrando a importância de vacinar o rebanho bovino e bubalino, a obrigatoriedade de declarar o ato no escritório da Adab e o manejo correto da vacina. A campanha segue até o final do mês de novembro e a declaração pode ser feita até o dia 15 de dezembro. A Bahia, que possui status livre da doença com vacinação, tem um rebanho de aproximadamente 11.250 milhões de cabeças. A comunidade Quilombola do Alegre, conhecida historicamente pela exploração da maniçoba, teve sua libertação tardia (1950), mas muito comemorada. “Foram 15 dias de muita festa, daí o nome de Alegre”, conta a lavradora quilombola e professora, Cirlene Ferreira da Silva. O reconhecimento como comunidade remanescente de quilombo só veio em 2005. Ela narra com orgulho, a história do seu povo e a construção da primeira casa dos refugiados da Serra, em 1886, por “José Pretinho”. Hoje, aproximadamente 314 famílias integram a comunidade Quilombola do Alegre e vivem da agricultura de sequeiro.
Fonte: Tribuna da Bahia