sábado, novembro 01, 2008

Disputa acirrada por comando da AL

Regina Bochicchio, do A Tarde
Agência A Tarde
Eleição para a presidência da AL gera confronto entre os deputados Marcelo Nilo e Arthur Maia
A eleição para a presidência do Legislativo baiano só acontece no ano que vem, mas desde já o assunto movimenta a Casa, com insultos e provocações entre o atual presidente, Marcelo Nilo (PSDB), e o deputado Arthur Maia (PMDB), adversários desde o pleito passado para a chefia da Casa, em 2007. Na ocasião, Nilo foi indicado pelo governador Jaques Wagner (PT), ficando com o cargo, embora Maia também pleiteasse a presidência.
Agora, depois da fissura causada entre governo e PT com PMDB durante a sucessão em Salvador, o que está em jogo é também a queda-de-braço entre as legendas e seus apoiadores. O deputado Arthur Maia disse, na semana passada para A TARDE, que o presidente Marcelo Nilo (PSDB) assinou um documento, antes de tomar posse, comprometendo-se a não disputar a reeleição.
Disse, ainda, para um blog de política local, que Nilo falava mal de Wagner antes de este ser eleito, questionando sua coerência política (de Nilo). Nos bastidores na Casa, o que se comenta é que o presidente já vem se movimentando, recebendo deputados em seu gabinete para pedir apoio. Nilo nega.
PCdoB – O documento do qual fala Arthur Maia existe, mas, segundo a versão de Nilo, o que ele assinou foi um papel se comprometendo a apoiar o candidato da base do governo, ou seja, do governador Jaques Wagner (PT). “Agora, se eu for o indicado da base, vou pensar. A sucessão ainda está muito cedo para se discutir. Só vou começar isso em janeiro. Nunca conversei com o governador sobre esse assunto”, disse o presidente da Assembléia Legislativa (AL). E revelou que Maia, na época, queria que ele (Nilo) assinasse um documento dizendo que o apoiaria à presidência da AL, o que Nilo não aceitou. Procurado por A TARDE, o deputado Arthur Maia disse que não queria tocar nesse assunto. Disse, ainda, que o documento assinado – que Nilo diz estar nas mãos do peemedebista – está com o PCdoB. A TARDE tentou, mas não conseguiu contato com o líder do PCdoB, Álvaro Gomes, nem com Edson Pimenta (PCdoB), que já se declarou candidato à presidência da Casa. Ele também colocou seu nome em 2007 e chegou a dizer para a imprensa, na época, que era contra a indicação do tucano Marcelo Nilo. “Se eu vou ou não ser candidato, é um assunto que eu não quero tocar nesse momento. Vou conversar com o ministro Geddel para depois decidirmos”, disse Maia, visivelmente irritado com os comentários. “Ele me bate, eu respondo, agora ele foge”, provocou, ainda, Marcelo Nilo, referindo-se ao silêncio de Arthur Maia. E continuou: “Ele (Maia) não é a pessoa mais indicada para falar em coerência política. Sou do PSDB a vida inteira. Nunca falei mal do governador. Sou amigo fraternal do governador, mas sou liderado por Jutahy. Arthur Maia perdeu as eleições para mim e arranjou uma desculpa para sair do PSDB e ir para os braços de Geddel, porque ele é ministro”, falou. Comissões – Antes das eleições da AL, porém, a Casa terá de se debruçar, até terça-feira, sobre a nova composição das comissões, depois que a Justiça decidiu em favor de uma ação da oposição dizendo que o que vale é o partido do deputado quando do resultado da urna, e não na data da posse, para a distribuição da proporcionalidade partidária nos grupos. Isso porque muitos mudaram de lado depois da eleição de Wagner. Sem a recomposição, a AL pára, já que tudo passa pelas comissões, inclusive o orçamento 2009, que já está na Casa aguardando apreciação.
Fonte A Tarde