A taxa de mortalidade das vítimas de acidentes de moto registrados nas capitais brasileiras mais que quintuplicou de 1996 a 2005. De acordo com uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (26) pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), no primeiro ano da série de dez, 0,4 pessoa para cada mil habitantes das 27 capitais do país morreram devido a lesões causadas por acidentes de motocicletas. Já Em 2005, a taxa atingiu 2,3 pessoas para cada mil habitantes - crescimento de 475% durante o período.
Segundo as pesquisadoras Maria Helena Jorge e Maria Koizume, duas das autoras do estudo, um dos motivos da alta é o aumento da frota de motos nas capitais. A pesquisa apresentada por elas aponta que, de 2002 a 2006, o número de motos para cada mil habitantes subiu de 26,4 para 39,8 - aumento de cerca de 50%. De acordo com elas, o crescimento da frota de motos provocou o aumento do número de mortos e feridos em acidentes com esse tipo de veículo.
Ainda segundo o estudo, as quatro cidades com maior número de motos para cada habitantes - Boa Vista (RO), Goiânia (GO), Palmas (TO) e Campo Grande (MS) - são justamente as que têm o maior índice de mortos em acidentes envolvendo o veículo em 2005. Palmas (TO) é a campeã em mortalidade, com taxa de 9,6 para mil habitantes, e tem a terceira maior taxa de frota: 93,6 motos para cada mil habitantes.Já levando em consideração a quantidade de mortes por habitantes, Campo Grande, com 31,5 mortes a cada cem mil habitantes, está no topo da lista. Salvador aparece em penúltimo lugar, com uma taxa de 10,9 mortes a cada cem mil habitantes.
A pesquisadora Maria Helena Jorge afirma ainda que cerca de 99 pessoas morreram por dia no país, vítimas de 1.050 acidentes de trânsito (motos, carros e outros veiculos) registrados diariamente em 2005. “É o mesmo que um avião caindo no país todo dia.”
Fonte: Correio da Bahia