quarta-feira, setembro 24, 2008

Brasil não avança no combate à corrupção

País continua com a mesma nota de 2007 e ocupa o 80º lugar no ranking mundial
O combate à corrupção não avançou no Brasil entre 2007 e 2008, de acordo a Organização Transparência Internacional. No relatório anual da ONG, divulgado ontem, o País continua com a nota 3,5, a mesma do ano anterior, e ocupa a 80ª posição no ranking dos países com menores índices de corrupção no mundo. A lista, com 180 países, é encabeçada pela Dinamarca, Suécia e Nova Zelândia, que empataram com 9,3 pontos. Na outra ponta, na posição de país mais corrupto do planeta, segundo a ONG, aparece a Somália, com 1 ponto. Ao seu lado encontra-se o Iraque, com 1,3.
O relatório é produzido a partir da reunião e análise de estudos e pesquisas de várias fontes, com o intuito de avaliar a percepção que a população tem da corrupção no setor público. No Brasil foram usadas sete fontes. No final, por meio de uma média ponderada, são atribuídos pontos, em uma escala que varia de zero (muito corrupto) a 10 (livre de corrupção).
A situação brasileira reflete o que ocorre de maneira geral no continente americano, segundo os técnicos da Transparência Internacional. Dos 32 países da região incluídos no levantamento 22 aparecem com menos de 5 pontos, marca que sinaliza problemas graves de corrupção, e 11 não passam sequer de 3 pontos, o que já indica corrupção desenfreada. "Observa-se uma tendência infeliz para a região nos últimos anos", diz o texto que acompanha o relatório, no site da instituição. "Os esforços anticorrupção parecem ter estancado.
Os especialistas manifestam preocupação sobretudo com o descrédito das populações pesquisadas nos sistemas judiciários. Em 2007, num conjunto de 10 países analisados na América Latina, 73% das pessoas disseram que existe corrupção no Judiciário. "Em alguns países, a incapacidade dos sistemas judiciais para punir quem comete delitos fomenta a sensação de impunidade no meio dos poderosos, ao mesmo tempo que alimenta a insegurança entre os cidadãos comuns.
Fonte: Tribuna da Imprensa