SÃO PAULO - No Brasil, o grampo telefônico é permitido apenas para apurar crime para o qual é prevista pena de prisão e somente com ordem judicial. Mesmo assim, empresas oferecem uma infinidade de aparelhos para escuta telefônica na internet por preços que vão de R$ 50 a R$ 700. Alguns modelos mais sofisticados podem chegar a R$ 2 mil.
A escuta ilegal pode ser instalada em um telefone fixo, dentro da casa, onde passa a linha, ou na parte externa, inclusive no poste. Basta puxar uma extensão e instalar um gravador. É mais usado o grampo com transmissor, em que a conversa é captada e retransmitida para um receptor - um gravador, um rádio, um walkman ou mesmo um aparelho de som de um carro. Aparelhos mais sofisticados podem ser colocados dentro do telefone e transmitem a uma distância de até mil metros para um receptor em UHF. Pode ser detectado com facilidade, rastreando-se a linha.
Em celulares, a forma mais comum de grampo é a instalação de um software que capta e retransmite a conversa para um aparelho fixo, outro celular ou um gravador. Mais sofisticado, o equipamento IMSI, conhecido como maleta, é usado no ambiente externo: o equipamento seleciona e grava apenas as ondas emitidas ou direcionadas para o aparelho grampeado.
De acordo com o engenheiro Marcelo Copeliovith, da empresa Gold Lock, o equipamento só é vendido para órgãos oficiais. Em caso de suspeita de escuta, recomenda-se um antigrampo baseado num software que criptografa (embaralha) as vozes.
Escutas em ambientes são feitas por meio de microfones ativados por voz, com retransmissor, que podem ser instalados no escritório ou casa do grampeado e também em pontos móveis, como o interior de carros. Mais sofisticado, um aparelho com raio laser apontado para a as vidraças de um ambiente capta as conversas a partir da vibração do vidro. As vibrações são lidas por um decodificador. O rastreamento pode detectar o grampo. Para o laser, películas de insulfilm minimizam as vibrações e dificultam a escuta.
Fonte: Tribuna da Imprensa