Em troca de um refrigerante, Antonio libertou o filho de 3 meses; ele afirma que da casa só sai morto
Ricardo Valota, do estadão.com.br
SÃO PAULO - Já passa de 14 horas o drama de duas mulheres mantidas reféns dentro de casa, no bairro Central Carapina, na cidade de Serra (ES), na Grande Vitória, pelo ex-presidiário Antonio Gomes Francisco, de 35 anos. Armado com um revólver e inconformado com a separação, ocorrida há 15 dias, Francisco foi por volta das 14 horas de quinta-feira até a casa da mãe de sua ex-esposa, na Rua Goiânia, onde estavam a ex-mulher, o filho, de 3 meses, e a ex-cunhada.
Um efetivo de 35 policiais militares do Batalhão de Missões Especiais(BME) e dez viaturas foi deslocado para a frente da casa após moradores ouvirem uma discussão e um disparo de arma de fogo. Até as 3h30 desta sexta-feira, 29, o seqüestrador, que até agora não exigiu nada, aceitou liberar o filho em troca de uma garrafa de refrigerante. Segundo a PM, Francisco apenas diz que da casa só sai morto.
A avó do bebê chegou ao local às 16 horas e passou mal ao saber que as filhas e o neto eram mantidos reféns. Às 20h40, os PMs contaram com a ajuda de outra irmã da mãe do bebê para convencer Antonio a libertar a criança em troca do refrigerante. O homem havia pedido leite para alimentar o menino, mas não foi atendido. Então, o bebê foi entregue pela mãe à tia e, como estava debilitado, foi medicado.
Antonio esteve preso por porte ilegal de arma e foi solto em 2005 por meio de um alvará. Durante esta semana, ele foi visto andando pelo bairro com um revólver. Ele havia afirmado a parentes das vítimas que iria até as últimas conseqüências para tentar reatar o casamento com a ex-mulher, de 20 anos.
Fonte: Estadão