Thiago Rocha Kiwi
O procurador da República Rodrigo De Grandis confirmou na tarde desta quinta-feira (7/8) que Hugo Cesar Chicaroni, em depoimento na 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo, confirmou o recebimento de R$ 865 mil do banco Opportunity para oferecer a um delegado da Polícia Federal. No entanto, de acordo com o advogado Alberto Carlos Dias, que defende Chicaroni, o dinheiro não foi dado a seu cliente com fins de propina, e sim a pedido dos próprios delegados que investigavam a operação Satiagraha.Ainda de acordo com Dias, o objetivo do delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, ex-coordenador da operação Satiagraha, com quem Chicaroni mantinha uma relação de amizade, era deflagrar uma ação contra Daniel Dantas. “Sabendo desta relação, segundo a narrativa de Chicaroni, o delegado Protógenes utilizou-se de sua amizade para preparar uma operação que deflagrou em sua prisão”, afirmou Dias. Ainda na tarde desta quinta, o banqueiro Daniel Dantas prestou depoimento ao juiz Fausto Martin de Sanctis, mas Dantas exerceu o direito constitucional de ficar calado. “Daniel Dantas ficou em silêncio, perdeu a oportunidade de oferecer sua versão sobre os fatos”, disse o procurador De Grandis. No dia anterior ao depoimento de seu cliente, o advogado de Dantas, Nélio Machado, havia afirmado que o banqueiro tinha vontade de falar para esclarecer à Justiça sua versão do caso.De acordo com Machado, os depoimentos desta quinta foram favoráveis à defesa. “Posso dizer que os depoimentos de Hugo Chicaroni e de Daniel Dantas são absolutamente favoráveis para o esclarecimento da verdade”, declarou o advogado.O próximo depoimento de Dantas será no dia 14 de agosto na 6ª Vara Criminal de São Paulo. A expectativa é que na ocasião seja revelada a transcrição do áudio gravado das supostas conversas entre Braz, Chicaroni e membros da Polícia Federal.
Fonte: Última Instância