O advogado do banqueiro Daniel Dantas, Nélio Machado, classificou há pouco o processo contra o seu cliente como “político”. “Que processo é esse que o presidente da República se manifesta?”, questionou.
Ele fazia referência ao fato de o presidente Lula ter contestado o afastamento do delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, responsável pelas investigações da Operação Satiagraha. (leia mais) "O Protógenes não pode se afastar. Moralmente ele tem que ficar até o fim do relatório", disse o presidente na quarta-feira passada.
Daniel Dantas está neste momento na sede da Polícia Federal em São Paulo para prestar depoimento. (leia mais). Ele foi preso na semana passada acusado de coordenar um bilionário esquema de crimes financeiros. O banqueiro também é acusado de tentar subornar um delegado federal.
Machado adiantou que seus clientes, Dantas, a irmã do banqueiro (Verônica Dantas) e mais sete pessoas, vão se abster de dar qualquer declaração à Polícia Federal nesta tarde.
Nélio Machado pediu a divulgação da integra do diálogo em que Protógenes discute a sua saída da investigação com a cúpula da entidade. Ontem, foi divulgado um trecho do diálogo em que Protógenes afirma que não quer permanecer à frente das investigações. (leia mais) “O que eles falaram nessas três horas?”, questionou.O advogado de Dantas apresentou uma petição ao delegado de plantão, protestando contra o vazamento de informações e contra o “cerceamento da atividade advocatícia”. “Os contatos entre advogados e clientes foram devassados mediante abusiva interceptação”.Para o advogado, que comparou a atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ao extinto Serviço Nacional de Informação (SNI), os grampos envolvendo os acusados são um “instrumento de nefasta e odiosa arapongagem”. (Paulo Franco)
Fonte: congressoemfoco