domingo, junho 08, 2008

Quase 1.500 candidatos ameaçados de impugnação

O número não é oficial, e o próprio desembargador Roberto Wider faz questão de dizer que calculá-lo é tarefa difícil – e, por isso mesmo, se exime de fazê-lo. Mas uma fonte do Tribunal Regional Eleitoral aponta para um número estarrecedor: pelo menos 10% dos 15 mil candidatos que tentarão a sorte nas urnas este ano, ou seja, 1.500 pessoas, não terão o aval do TRE para seguirem em frente. Porém, vale lembrar que a decisão final sempre será do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), última instância a quem os que se sentirem prejudicados devem recorrer.
– Mas os partidos precisam entender a necessidade de se fazer uma seleção natural. A população merece isso – apregoa o desembargador.
TREs alinhados com o Rio
O desembargador tem a tese de que nesta eleição, após o pontapé inicial dado no pleito de 2006, é hora de avançar e levar a questão para todo o país. Segundo ele, pelo menos 17 dos 27 TREs estaduais se mostraram alinhados com a tentativa de impugnar o registro de candidatos sem "reputação ilibada na vida pregressa".
– Triste é um país que precisa ter uma lei determinando que, para ser candidato numa eleição, é preciso ser honesto – lamenta.
Por ele, tal lei nunca existirá justamente por conta da atual legislação, que só fala em impugnação quando a sentença definitiva estiver decretada pela Justiça comum.
– Por isso, defendo o critério da subjetividade. Já temos 17 TREs fechados com essa tese. E O TSE está renovado. É um órgão brilhante – completa.
O financiamento público da campanha, para Roberto Wider, seria uma das medidas importantes para depurar e elevar o nível da política nacional. Segundo ele, a ausência do Estado abriu espaço para o assistencialismo, dando brechas para que maus políticos se utilizem de tal artifício.
– Todos teriam igualdade de condições, pois receberiam a mesma verba – conclui.
Fonte: JB Online